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O que Apocalipse ensina sobre perseverança e graça

Em Apocalipse 2:19, encontramos a seguinte expressão que reflete o grande amor de Deus e seu incentivo otimista por seus filhos:

“Eu conheço as tuas obras, e amor, e serviço, e fé, e a tua paciência, e as tuas últimas obras, e que as últimas são mais do que as primeiras.”

Essa passagem nos faz pensar sobre como o evangelho de Jesus Cristo é uma ferramenta para nosso aperfeiçoamento (Efésios 4:12). Isso sugere que, primeiro, ainda não somos perfeitos e, segundo, o evangelho é o que nos ajuda a progredir.

Uma maneira de resumir essa ideia seria: se vivermos o evangelho hoje, devemos ser melhores do que ontem, e amanhã, melhores do que fomos hoje.

A Igreja de Tiatira, mencionada em Apocalipse, foi elogiada por seu amor, serviço, fé, paciência e por ter avançado na retidão. Eles estavam progredindo, e a graça de Deus os ajudava a continuar firmes.

No evangelho, não existe espaço para preguiça ou mediocridade. Como diz em Doutrina e Convênios: “porque o ocioso não comerá o pão nem usará as vestes do trabalhador” (D&C 42:42), “aquele que for preguiçoso não será considerado digno de permanecer” (D&C 107:100), e “porque és morno, e nem és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:16).

Todos temos que trabalhar, independentemente de suas habilidades ou circunstâncias, para que possam ser santificados e, no fim, receber a vida eterna (Mateus 20:1-16, D&C 84:33-35).

Os trabalhadores da vinha

A parábola dos trabalhadores da vinha, encontrada em Mateus 20, é um excelente exemplo de como Deus valoriza o esforço de cada um. Como disse o Elder Jeffrey R. Holland:

“Essa parábola, como todas as parábolas, não trata realmente de trabalhadores ou de salários, assim como as outras não tratavam de ovelhas ou de bodes.

É uma história sobre a bondade de Deus, Sua paciência, Seu perdão e a Expiação do Senhor Jesus Cristo. É uma história sobre generosidade e compaixão. É uma história sobre graça. Ela salienta o pensamento que ouvi há muitos anos de que, sem dúvida, a coisa que Deus mais aprecia no fato de ser Deus é a emoção de ser misericordioso, especialmente com os que não esperam misericórdia e que, com frequência, acham que não a merecem.

(…) Por mais tardios que se imaginem, por mais chances que achem que perderam, por mais erros que sintam ter cometido ou talentos que achem que não têm, ou por mais longe do lar, da família e de Deus que achem que se afastaram, testifico-lhes que vocês não foram para além do alcance do amor divino. Não lhes é possível afundar tanto a ponto de não ver brilhar a infinita luz da Expiação de Cristo.” [2]

Um exemplo inspirador sobre o valor do esforço vem de Oliver Granger, um servo humilde do século XIX. Em Doutrina e Convênios 117:13, Senhor disse o seguinte sobre ele:

“Quando ele cair, tornará a erguer-se, pois seu sacrifício ser-me-á mais sagrado que seu crescimento, diz o Senhor”.

Isso nos mostra que Deus valoriza mais o esforço sincero do que os resultados em si. Se fizermos o melhor possível, mesmo que pareça pouco, a graça do Salvador completará o que nos falta (2 Néfi 25:23).

Um processo gradual

Deus espera que nossas obras de hoje sejam melhores que as de ontem, assim como os santos da antiga Igreja de Tiatira. Provérbios 4:18 nos lembra que “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”.

E Doutrina e Convênios 50:24 reforça isso ao dizer que “aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o dia perfeito.”

Como o Presidente Ezra Taft Benson ensinou:

“Precisamos ter cuidado, ao procurar tornar-nos cada vez mais semelhantes a Deus para não desanimar e perder a esperança. Tornar-se como Cristo é trabalho para a vida toda, e muito frequentemente exige desenvolvimento e mudanças que são lentas e quase imperceptíveis.

As escrituras registram exemplos notáveis de homens cuja vida se transformou radicalmente, como se fora num instante: Alma, o filho; Paulo, na estrada de Damasco; Enos, quando orou a noite inteira e o rei Lamôni. Esses magníficos exemplos do poder para mudar até mesmo pessoas mergulhadas no pecado, nos dão a confiança de que a Expiação pode alcançar até as pessoas mais desesperadas.

Precisamos ter cuidado ao discutir esses notáveis exemplos. Embora sejam reais e grandiosos, são a exceção e não a regra. Para cada Paulo, para cada Enos, para cada rei Lamôni, há centenas e milhares de pessoas que acham que o processo de arrependimento é muito mais sutil, muito mais imperceptível. Dia a dia elas se aproximam do Senhor sem perceber que estão edificando uma vida semelhante à de Deus. Elas levam uma vida silenciosa de bondade, serviço e compromisso. (…) Não devemos perder a esperança.

A esperança é uma âncora para a alma do homem. Satanás gostaria de que atirássemos fora essa âncora. Então ele poderia trazer-nos desânimo e rendição. Mas não devemos perder a esperança. O Senhor Se agrada de todos os esforços diários que fazemos para nos tornar como Ele, por menores que pareçam. Embora percebamos que ainda temos um longo caminho a trilhar na estrada que conduz à perfeição, não podemos perder a esperança.”

Conclusão

Por fim, o Elder Holland conclui de forma poderosa:

“Não há nenhum problema que não possa ser vencido. Não há nenhum sonho que, no transcorrer do tempo e da eternidade, não possa ser realizado. Mesmo que sintam que estão perdidos e que são os últimos trabalhadores da undécima hora, o Senhor da vinha ainda lhes acena. ‘[Acheguem-se] com confiança ao trono da graça’ e caiam aos pés do Santo de Israel. Venham e banqueteiem-se ‘sem dinheiro e sem preço’ à mesa do Senhor.”

Que a graça e a misericórdia de Deus nos ajudem a perseverar e a melhorar continuamente, fazendo com que nossas obras sejam maiores e melhores a cada dia.

Veja também: Acha que está perdendo o testemunho? Faça a si mesmo as seguintes perguntas

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