MaisFé.org

Você inspira os outros? Eles inspiram você?

Eu amo a palavra “inspirar”, ela vem do latim e significa “alento”. É uma bela imagem, e nos lembra que a inspiração penetra em nossa alma e se torna parte de nós. Não somos observadores distantes, internalizamos e acolhemos mensagens justas.

Algumas dessas comunicações vêm do Espírito Santo, que pode nos tocar ou inspirar a tomar decisões essenciais. Ele pode nos advertir do perigo, nos ensinar ou orientar a ajudar os necessitados. Devemos ter como prioridade buscar Sua companhia e dar ouvidos a Suas mensagens.

Mas primeiro quero falar sobre mortais que podem inspirar, e isso inclui você. Se seguirmos o conselho do livreto Para o Vigor da Juventude, lembraremos de procurar amigos inspiradores. Se não escolhermos amigos com sabedoria, perderemos uma oportunidade inestimável de melhorar e nos tornar nossa melhor versão.

Do mesmo modo, devemos buscar ser esse tipo de amigo para outras pessoas – um bom ouvinte, alguém que procura pelo que é bom e perdoa o que é ruim, uma pessoa que torce por seus amigos e os ajudar a ter sucesso.

John Quincy Adams disse, “se suas ações inspiram os outros a sonhar mais, a aprender mais, a fazer mais e a se tornar mais, você é um líder”. E você é um excelente amigo.

Geralmente, quando inspiramos os outros não é por meio de palavras e diretamente, mas pelo exemplo. Acho difícil de lembrar disso, porque gosto muito de conversar. Quero fazer perguntas, compartilhar minha opinião, analisar teorias, ou até mesmo entrar em um debate porque acho muito divertido.

Mas na verdade, são as nossas ações, não nossas palavras, que mostram aos outros o que valorizamos e no que acreditamos.

Todos nós já vimos pessoas explodirem de raiva. Quando você presencia um desses momentos e alguém, até mesmo o alvo (a pessoa) que aquela raiva é direcionada, reage com calma, nós instantaneamente admiramos aquele lindo exemplo de mansidão, e até mesmo compaixão. Desejamos poder reagir sempre daquela maneira.

Esses exemplos estão ao nosso redor. Ao observarmos uma mãe cansada levantar da cama para confortar um filho assustado, vemos o verdadeiro altruísmo.

Quando alguém ajuda uma pessoa idosa a colocar suas compras no carro, testemunhamos alguém cujas prioridades são nobres, alguém que coloca as pessoas à frente de seus compromissos e conveniência.

Aqueles que nos inspiram não precisam ser amigos ou parentes, podem ser estranhos que mostram atos maravilhosos de bondade. E isso ecoa em nossas almas porque é divino.

Vi uma definição da palavra “inspirar” que dizia: “preencher com uma influência animadora, vivificante ou exaltante”. Quando nos sentimos motivados a ser mais semelhantes a Cristo, é porque fomos inspirados.

É claro que a melhor inspiração vem do nosso Pai Celestial. Uma vez o Élder Marion D. Hanks falou que nossa consciência era “a voz de Deus falando conosco, inspirando obrigação moral. Washington chamou isso de “aquela pequena faísca de fogo celestial”. É verdade que podemos dessensibilizar nossa consciência, por assim dizer. No Livro de Mórmon, lemos a respeito de um grupo a quem Deus disse ‘em voz mansa e delicada, mas havíeis perdido a sensibilidade’ (1 Néfi 17:45).  Como podemos dessensibilizar uma consciência, por assim dizer, podemos nos preparar melhor para ouvir a voz do Senhor, despindo o que o poeta chamou de camadas de ‘vestes enlameadas e decadência’, deixando de pecar e aprendendo a obedecer. Há o privilégio de aprender valores verdadeiros e viver por eles”.

Este é um ótimo lembrete de que podemos refinar nossa habilidade de ouvir aos sussurros espirituais. Ao nos aproximarmos do Senhor, nos esforçamos para nos arrependermos e obedecer, nós limpamos aquele canal.

Às vezes, a inspiração celestial nos dá criatividade artística. O Élder Boyd K. Packer disse:

“…os maiores coros e hinos não foram compostos, nem as maiores ilustrações foram feitas, nem os poemas escritos, nem as pinturas terminadas. Quando forem produzidos, quem os produzirá? Será o mais talentoso e o mais bem treinado entre nós? Prefiro pensar que não. Eles serão produzidos por aqueles que são os mais inspirados entre nós. A inspiração pode vir para aqueles cujos talentos são apenas adequados, e sua contribuição será sentida por gerações; e a Igreja e o reino de Deus avançarão um pouco mais porque eles estiveram aqui.”

A inspiração pode nos ajudar a sermos pais melhores. Uma vez eu disse a um filho: “Não tenho ideia de por que o Pai Celestial não quer que você vá a essa festa. Eu ia dizer ‘sim’. Mas sei no meu coração que esta é a resposta Dele e precisamos segui-la.

Como pais, recebemos muita inspiração nessa área. Pode ser para pedir desculpas a um filho, responsabilizar um filho, verificar quem é a babá daquele filho, ler uma determinada escritura com ele ou apenas ouvir sua opinião. Seremos sábios se dermos atenção a esses cutucões.

Recentemente, eu estava considerando dar um conselho para um dos meus filhos. Então, fui inspirada a procurar um post específico no Instagram. Era uma citação do Presidente Howard W. Hunter que diz:

“Aqueles que sentem o puro amor de Cristo não devem forçar os demais a sentirem o mesmo; devem inspirá-los a fazer mais.”

E sim, eu segurei a minha língua.

Nossos chamados também são resultado de uma inspiração. Quando estamos servindo como líderes e temos que orar sobre alguém e recomendar essa pessoa para certo chamado, descobrimos o quanto o Salvador se importa com Seus filhos, e quem são as pessoas que precisam receber aquela designação.

Quando eu era presidente da Sociedade de Socorro sempre colocava como dupla de ministração pessoas que meu cérebro mortal nunca cogitaria, mas que floriram e fizeram milagres por causa daquele companheirismo. Deus definitivamente sabia o que eu não sabia.

Vivemos em um mundo de inspiração turbulenta. Está tudo ao nosso redor, como ondas de rádio que não podemos ouvir a menos que tenhamos um instrumento para sintonizar. A menos que nos tornemos um instrumento que se sintoniza.

Ao dar o nosso melhor para viver os ensinamentos de Cristo e buscar sinceramente um terreno espiritual mais elevado poderemos ouvir sussurros que nos surpreenderão. Nós podemos ser ferramentas nas mãos de Deus. E quando Ele sabe que ouviremos e seguiremos Seus apelos, somos cada vez mais inspirados.

Em Mosias 2:21 somos lembrados que Deus nos Criou desde o princípio e nos preservou “dando-[nos] alento”.

Pense na simplicidade de respirar. Ser inspirado e respirar são igualmente básicos e notáveis. Recentemente, o Élder David A. Bednar nos ensinou que devemos estar em constante estado de revelação e inspiração e que a falta delas deve chamar nossa atenção e nos fazer examinar por que não as recebemos.

Orar por um testemunho, orar para resolver dúvidas, orar para se aproximar de Deus, todos esses desejos sinceros podem resultar em inspiração distinta. E quando a ouvirmos, nos lembraremos de “inspirar” e tornar essas mensagens parte de quem somos.

Fonte: Meridian Magazine

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *