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Um conselho de um selador que mudou minha experiência no templo

Uma noite, enquanto estava servindo como procuradora na sala de selamentos do templo, o selador parou a lista de nomes e interrompeu as ordenanças de uma maneira maravilhosamente inesperada.

Minha experiência no templo naquela noite tinha sido bem comum até aquele momento. Eu estava no templo em meu horário de costume, em um dia comum da semana. Como sempre, eu ficava bem cansada enquanto tentava afastar o cansaço e concentrar-me nas palavras que soavam pela sala calma, silenciosa e confortável.

Mas então, a primeira pausa aconteceu quando o nosso selador parou para fazer uma pergunta retórica. E durante toda a noite ele continuou a fazer pausas e perguntas sobre as palavras que falava, seu significado e como elas se aplicavam a nós, permitindo-nos ponderar enquanto ele continuava a servir.

Cada uma dessas perguntas forneceu-nos momentos de reflexão e surpresa, mas o que mais me lembro daquela noite no templo é o conselho e a promessa que o selador nos deu no final.

Fotografia feita por Camila Soares Ribeiro

Um assunto contínuo

Ele nos disse que, se quiséssemos tornar nossa próxima visita ao templo mais significativa, ter a oportunidade de olhar além do véu e realmente experimentar algo divino, precisaríamos fazer da investidura um assunto contínuo.

A próxima vez que recebermos um daqueles cartões azuis ou rosa no templo, precisaríamos nos concentrar mais no nome impresso na folha. Precisaríamos entender que o nome representa uma alma viva, um dos nossos irmãos e irmãs. O selador nos disse que, se quiséssemos aprofundar nossa experiência no templo, precisaríamos agradecer a pessoa naquele cartão por nos permitir servir. Precisaríamos dizer sempre, “Isto é por você.” Precisaríamos falar e sentir seu nome sempre para que possamos conversar de verdade com aqueles do outro lado do véu. Se o fizéssemos, o templo se tornaria mais significativo para nós.

Esse conselho simples transformou a minha experiência no templo. Antes daquela noite, eu costumava estudar os nomes, as datas e os lugares no meu cartão e pensar sobre os acontecimentos históricos da época. Imaginava o que a pessoa viveu, os sacrifícios e dificuldades que eles podem ter enfrentado. Eu fazia isso para ter algum tipo de conexão com essas letras impressas em um pedaço fino de papel, para colocar um pouco de vida nesse simples nome . Então me dei conta de que não era preciso imaginar ou forçar uma conexão. Eles estavam lá. Anjos estavam por perto e eu podia me comunicar com eles.

Anjos à nossa volta

Além disso, o conselho do selador transformou a maneira como penso sobre o templo. Por causa da maneira como ouvi amigos ou familiares falarem sobre precisarem de um tempo no templo ou sobre levarem suas perguntas ao templo, presumi que o templo era um lugar para nós – um lugar separado, construído, consagrado e projetado para receber respostas do céu.

Quantas vezes visitei o templo imaginando o que poderia ganhar ou aprender com aquela experiência, ao invés de pensar no que eu poderia contribuir? Quantas vezes os pensamentos que tive dentro do templo eram focados em meus próprios problemas e perguntas em vez de serem focados nas pessoas à nossa volta ou em Deus?

Laços, serviço, paz e amor cristão

Mas agora, depois de experiências recentes, sei que o templo é infinitamente mais do que isso. O templo tem tudo a ver com a família eterna. Tem a ver com laços, serviço, paz e amor cristão. Se resume em seguir a Jesus Cristo. Trata-se de esquecermos de nós mesmos e sermos abraçados por toda a família humana. Trata-se de permitir que Deus nos transforme em heróis enquanto desempenhamos um pequeno papel no crescimento do trabalho de salvação e de exaltação para os outros.

Na vez seguinte que fui ao templo, lembrei-me do conselho que o selador me deu. E durante aquela sessão, falei com anjos. Agradeci à pessoa cujo nome eu recebi por me permitir, logo eu – tão imperfeita –  representá-la neste trabalho sagrado. Eu disse a ela que a amava e que esperava que ela aceitasse esse dom maravilhoso da investidura. Repeti o nome dela a cada oportunidade e disse: “Isto é para você.”

E, em troca, senti-me mais viva e mais cheia de amor e luz do que eu já tinha sentido dentro do templo desde que recebi minha investidura. Em troca, senti seis palavras simples sussurradas para mim – palavras que já ouvi quando meu Salvador as falava diretamente para mim. Só que desta vez eles não eram sobre meu relacionamento com meu Redentor. Em vez disso, eles representavam meu relacionamento com uma de minhas gloriosas e eternas irmãs. Na verdade, eles representavam meu relacionamento com todos os filhos de nossos pais celestiais:

“Eu te conheço. Você me conhece.”

Natureza divina compartilhada

Nós nos conhecemos há mais tempo do que qualquer um de nós pode entender, e todos nós ainda seremos a família. Embora possamos nos esquecer disso no mundo, tratando-nos como estranhos, conhecidos ou mesmo inimigos, no templo, temos um vislumbre de nossa verdadeira natureza divina compartilhada. No templo, percebemos que devemos sempre agir como heróis e, ao mesmo tempo ter a humildade de ser salvo, pois é só através de nossa família celestial que a vida eterna valerá a pena de ser vivida.

Esta é uma tradução do artigo escrito por Danielle B. Wagner e publicado originalmente no site ldsliving.com com o título “Advice from a Temple Sealer That Changed My Experience in the Temple”.

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