7 passos para defender a verdade sem fazer julgamentos
Defender a verdade é importante, mas exige equilíbrio entre o bom senso e o discernimento espiritual. Não cabe a nós julgar os outros, isso é uma tarefa de nosso Pai Celestial. No entanto, podemos e devemos defender o que acreditamos ser correto, sem deixar de lado a compaixão e a tolerância.
A Igreja como um lugar de crescimento
A Igreja é o Reino de Deus na Terra, e eu acredito nisso com todo o coração. Mas é importante lembrar que dentro da Igreja há pessoas em diferentes estágios de progresso espiritual. Todos estamos aqui para melhorar, crescer e nos aperfeiçoar. A Igreja é como um hospital espiritual onde buscamos cura e aprendizado.
É como o Élder Neal A. Maxwell ensinou, a Igreja não é uma “clínica de repouso bem-equipada para pessoas já aperfeiçoadas, mas sim “um laboratório de aprendizado e uma oficina na qual adquirimos experiência ao praticarmos uns com os outros o processo contínuo de ‘aperfeiçoar os santos’” (“A Brother Offended”, Ensign, maio de 1982, p. 38).
Não julgue, ame
Então por todos nós sermos pessoas imperfeitas que estão tentando se aperfeiçoar, é de se esperar que cometamos erros ao longo de nossa jornada como discípulos de Cristo. Isso é natural tanto para nós, quanto para àqueles ao nosso redor.
E já sabendo disso, nosso Mestre sabiamente ensinou: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7:1). Isso não significa que devemos concordar com tudo que as pessoas fazem ou dizem, mas sim que devemos praticar a tolerância e o respeito.
O Élder Dallin H. Oaks nos lembra que, mesmo defendendo a verdade, devemos buscar a paz com todos (Romanos 12:18) e nunca abandonar nossos princípios:
“Precisamos também praticar a tolerância e o respeito pelas pessoas. Conforme o Apóstolo Paulo ensinou, os cristãos devem “[seguir] as coisas que servem para a paz” (Romanos 14:19) e, na medida do possível, “[ter] paz com todos os homens” (Romanos 12:18). (…) Nossa tolerância e respeito pelos outros e pelas crenças deles [porém] não nos faz abandonar nosso compromisso com as verdades que conhecemos e os convênios que fizemos. (…)
Não abandonamos a verdade nem nossos convênios. Fomos convocados como combatentes na guerra entre a verdade e o erro. Não há meio termo. Precisamos defender a verdade, mesmo ao praticar a tolerância e o respeito por crenças e conceitos que diferem dos nossos e para com as pessoas que os adotam.
Embora devamos praticar a tolerância e o respeito pelos outros e por suas crenças , inclusive a liberdade constitucional que eles têm de explicar e defender seu ponto de vista, não é exigido que respeitemos e toleremos uma conduta errada. Nosso dever para com a verdade exige que busquemos alívio de algum comportamento que seja errado. (…) Nosso Salvador aplicou esse princípio.
Ao se deparar com a mulher apanhada em adultério, Jesus proferiu estas consoladoras palavras de tolerância: “Nem eu também te condeno”. Depois, ao despedi-la, ele proferiu estas autoritárias palavras de verdade: “Vai-te, e não peques mais” (João 8:11). Todos nos edificamos e fortalecemos com esse exemplo de tolerância e verdade: bondade na comunicação, mas firmeza na verdade.”
Coragem cristã: falar com amor
Da mesma forma que precisamos demonstrar nosso amor por nossas ações, podemos também demonstrá-lo por meio de nossas palavras. Nem sempre é algo fácil de se fazer, mas podemos demonstrar coragem cristã.
“Isso não quer dizer que temos que comprometer nossos princípios ou enfraquecer nossas crenças. Não podemos mudar as doutrinas do evangelho restaurado, mesmo que ensiná-las e obedecer a elas nos torne impopulares aos olhos do mundo. Contudo, mesmo quando sentimos vontade de falar da palavra de Deus com ousadia, devemos orar para estarmos cheios do Espírito Santo (ver Atos 4:29, 31).
Nunca devemos confundir ousadia com a dissimulação de Satanás: o despotismo (ver Alma 38:12). Os verdadeiros discípulos falam com calma confiança, não com orgulho e arrogância.
Como verdadeiros discípulos, nossa principal preocupação deve ser o bem-estar dos outros, e não provar que estamos certos. Perguntas e críticas dão-nos a oportunidade de nos aproximarmos das pessoas e de mostrar que elas são importantes para o Pai Celestial e para nós. Nosso objetivo deve ser o de ajudá-las a entender a verdade, não o de defender nosso ego ou marcar pontos num debate teológico.
Nosso testemunho sincero é a resposta mais poderosa que podemos dar aos nossos acusadores. E testemunhos como esses só nascem do amor e da mansidão. Devemos ser como Edward Partridge, de quem o Senhor disse: “Seu coração é puro perante mim, pois ele é semelhante a Natanael dos tempos antigos, em quem não havia dolo” (D&C 41:11). Ser ingênuo é ter a inocência de uma criança, ser lento em se ofender e rápido em perdoar.”
-Robert D. Hales, “Coragem Cristã: o Preço de Seguir Jesus”, Conferência Geral, Outubro de 2008
Como lidar com situações difíceis
Quando nos deparamos com atitudes que não condizem com os ensinamentos de Jesus Cristo, devemos ser cuidadosos. É essencial buscar a orientação do Espírito Santo sobre o que dizer e como dizer. O amor deve ser nossa motivação principal em todas as interações, e isso deve transparecer em nossas palavras e ações.
7 passos para defender a verdade sem julgar
Para defender a verdade sem ofender, podemos seguir algumas práticas:
- Desenvolva a caridade: Ore para ser cheio do puro amor de Cristo, que nos ajuda a amar a todos, mesmo aqueles que têm crenças ou comportamentos diferentes dos nossos (Morôni 7:47-48).
- Aprenda a doutrina correta: Busque aprender sobre as doutrinas da Igreja nas escrituras e nas palavras dos profetas modernos.
- Evite falar negativamente: A língua pode ser uma ferramenta poderosa tanto para o bem quanto para o mal. Use-a com sabedoria.
- Aborde situações com positividade: Lembre-se de que todos somos filhos de Deus, e Ele deseja abençoar a todos. Incentive e apoie os outros.
- Compreenda a Expiação: Todos podem mudar, e as escrituras nos ensinam que, através da Expiação de Cristo, podemos nos tornar pessoas melhores.
- Sirva ao próximo: O serviço é uma expressão prática do amor. Ao servir, mostramos pelo exemplo no que acreditamos.
- Siga o Espírito: Quando falar sobre o evangelho, siga a orientação do Espírito Santo para que suas palavras toquem o coração das pessoas.
Conclusão: amor e verdade de mãos dadas
A maioria dos membros da Igreja que conheço é amorosa e guiada pelo Espírito. Eles sabem como equilibrar a defesa dos padrões da Igreja com o respeito e o amor ao próximo. O amor deve ser sempre nossa mensagem principal.
Ao declararmos a verdade, que possamos sempre estender a mão com amor, assim como Cristo fez. Que nossas ações reflitam nossa fé e que, através delas, possamos glorificar nosso Pai Celestial.
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