O Presidente Dallin H. Oaks, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos ensinou 8 propósitos da revelação – a comunicação de Deus com os homens.

Depois de explicar brevemente que a revelação “pode ocorrer de muitas maneiras diferentes” – por visão, sonho, pensamentos inspiradores, elucidação repentina e sentimentos positivos ou negativos sobre uma ação proposta, ele decidiu “discutir o assunto em termos de uma diferente classificação, o propósito da comunicação divina”.

Pude identificar oito propósitos diferentes provindos da comunicação de Deus: (1) para testificar, (2) para profetizar, (3) para consolar, (4) para elevar, (5) para informar, (6) para restringir, (7) para confirmar e (8) para impelir.

A esperança dele era a de “persuadir cada um dos irmãos a refletir acerca de suas próprias experiências e a concluir que já recebeu revelações e que pode receber mais inspiração porque a comunicação de Deus aos homens e às mulheres é uma realidade. O Presidente Lorenzo Snow declarou que é um “grande privilégio todos os Santos dos Últimos Dias (…) recebermos manifestações do espírito todos os dias de nosso vida.”

1º Propósito da Revelação: Testificar

“Quando o Apóstolo Pedro afirmou que Jesus Cristo era o Filho do Deus vivo, o Salvador o chamou bem-aventurado, “pois to não revelou a carne e o sangue, mas Meu Pai, que está nos céus” (Mateus 16:17). Esta revelação preciosa pode fazer parte da experiência pessoal de todo aquele que procura a verdade. Depois de recebida esta revelação se torna uma estrela polar para guiá-lo em todas as atividades da vida.”

2º Propósito da Revelação: Profetizar

Ao falar sobre profecia, o Elder Oaks disse que “sob a influência do Espírito Santo, e dentro dos limites de sua responsabilidade, uma pessoa pode ser inspirada a predizer o que passará no futuro”. Ele disse que os profetas e patriarcas tem direito a esse dom, e que toda pessoa que recebe o Espírito Santo pode, de tempos em tempos, recebê-lo também. Ele então contou algo pessoal:

“(…) depois do nascimento do nosso quinto filho, minha esposa e eu passamos um tempo sem ter mais filhos. Depois de mais de dez anos, aflitos, concluímos que nossa família não ia mais aumentar. Mas um dia quando minha esposa estava no templo, o Espírito sussurrou que ela ia ter outro filho. Aquela revelação profética se cumpriu mais ou menos um ano e meio depois quando nasceu nosso sexto filho pelo qual havíamos esperado treze anos.”

3º Propósito da Revelação: Consolar

Elder Oaks disse que “alguns já foram consolados por visões de entes queridos falecidos ou por sentir sua presença por perto”. “Outros” disse ele “receberam conforto em adaptar-se à perda de emprego, a perda de um negócio comercial ou até de seu casamento.”

“Uma revelação de consolo pode também ser vinculada a uma bênção sacerdotal, ou pelas palavras da bênção ou simplesmente pelo sentimento comunicado durante a bênção.”

Elder Oaks também lembrou da experiência de Enos, que depois de orar por muito tempo recebeu o perdão de pecados. Essa é a “outra espécie de consolo”: “a segurança que se recebe quando o Senhor perdoa um pecado”.

4º Propósito da Revelação: Elevação Espiritual

Élder Oaks disse que a elevação espiritual é um dos propósitos da revelação também:

“Às vezes, na vida, cada um de nós precisa ser elevado da depressão, de sentimentos de incerteza ou de inadequação, ou simplesmente de estar parado num nível de mediocridade espiritual. Acredito que a elevação espiritual proveniente da leitura das escrituras ou de usufruir música saudável, arte ou literatura é um propósito distinto da revelação, já que elevam nosso espírito e nos ajudam a resistir o mal e procurar o bem.”

5º Propósito da Revelação: Informar

“Pode-se consistir em uma pessoa receber, por inspiração, as palavras certas para ocasiões específicas, como na bênção pronunciada por um patriarca ou em sermões ou outras ocasiões quando se fala sob a influência do Espírito Santo.

Em certas ocasiões sagradas, informações foram transmitidas em conversação face a face com personagens celestiais, como nas visões que se encontram nas escrituras antigas e modernas. Em outras circunstâncias, informações importantes são comunicadas pelos sussurros calmos do Espírito.”

6º Propósito da Revelação: Restrição

Elder Oaks explica que o Espírito pode nos chamar a atenção e refrear nosso impulsos ou curso de ação. Ele então contou algumas experiências em que o Espírito lhe refreou. A primeira, quando era conselheiro de Estaca: quando o Presidente de Estaca sugeriu que uma nova sede fosse construída, ele se opôs, mas após ponderar, o Espírito lhe concedeu uma “impressão fortíssima de que [ele] estava errado, [de] que [ele] estava impedindo a vontade do Senhor e que não devia mais opor a proposta [ do Presidente de Estaca].” Portanto, ele pediu desculpas e aprovou a proposta de construção da sede.

A segunda experiência foi quando ele era reitor da BYU e antes de assinar um acordo, sentiu que não deveria fazê-lo. E não o fez, salvando a universidade de “sérios problemas” no futuro.

A terceira experiência contada pelo Elder Oaks advém de quando ele escrevia um livro jurídico. O Espírito o impediu de mandar o livro para publicação, embora após revisões, parecesse adequado. Ele sentiu que deveria pesquisar mais sobre uma parte especifica do livro, e localizou um caso que deveria ser atualizado antes da publicação.

“Se aquele caso tivesse sido publicado no livro de casos, eu teria passado vergonha entre os colegas profissionais. Fui salvo pelo poder refreador da revelação.”

7º Propósito da Revelação: Confirmação

O Elder Oaks disse:

“Uma forma comum de buscar revelação é a de propor uma solução e então orar para receber inspiração para confirmá-la.”

Ele também disse:

“O Senhor explicou este tipo de revelação confirmante quando Oliver Cowdery fracassou na sua tentative de traduzir o Livro de Mórmon. “Eis que não compreendeste; supuseste que eu concederia a ti, quando nada fizeste a não ser pedir-me.

“Mas eis que eu te digo que deves estudá-lo bem em tua mente; depois me deves perguntar se está certo e, se estiver certo, farei arder dentro de ti o peito; portanto sentirás que está certo” (D&C 9:7-8).

8º Propósito da Revelação: Impelir a agir

“O oitavo propósito ou tipo de revelação consiste no Espírito impelir a pessoa a agir.

Este não se trata de um caso em que se propõe certa ação e o Espírito ou confirma ou restringe. é um caso em que vem a revelação sem ser pedida e esta revelação nos impele a fazer algo não contemplado. Este tipo de revelação, naturalmente, é menos comum que os outros tipos, mas sua raridade a faz mais expressiva.”

Elder Oaks também ilustrou esse ponto com muitas experiências pessoais, uma delas vem de sua avó:

“Quando mocinha, minha avó, Chastity Olsen Harris teve uma experiência semelhante. Ela estava de babá, cuidando de umas crianças que brincavam no leito de um rio seco perto de sua casa em Castle Dale, Estado de Utah. De repente ela ouviu uma voz que a chamou pelo nome e ordenou-a a retirarem as crianças do leito do rio e subirem para a beira. Estava um dia de sol e não havia nenhum sinal de chuva. Ela não via razão alguma de obedecer à voz e continuou a brincar. A voz falou-lhe outra vez com urgência.. Desta vez ela obedeceu à advertência. De súbito reuniu as crianças e correu à beira do rio temporário. Justamente no momento que chegaram à beira, uma onda enorme de água oriunda de uma chuvarada nas montanhas distantes, desceu o canyon e passou com força por onde as crianças haviam brincado. Se não fosse esta revelação impelente, ela e as crianças teriam sido perdidas.”

O Élder Dallin H. Oaks fez este discurso na assembléia devocional da Universidade Brigham Young University em 29 de setembro de 1981. Dallin H. Oaks, “Revelation [Revelação],” Craig K. Manscill, redator, Sperry Symposium Classics: The Doctrine and Covenants [Clássicos dos Simpósios Sperry: Doutrina e Convênios] (Provo, UT: Centro de Estudos Religiosos, Universidade Brigham Young , 2004), 10–22.

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