5 momentos em que o Cristo enfrentou o luto
Minha filha de dois anos, Elora, esteve doente a tarde toda pálida e trêmula, com o estômago ruim. Após cinco banhos e trocas de pijamas, ela finalmente adormeceu. Mas, enquanto eu estava deitada ao seu lado, Elora sofreu uma convulsão e não acordou mais.
Meu marido e eu a levamos às pressas para o pronto-socorro, onde o médico descobriu um tumor no cérebro. Médicos, enfermeiros e cirurgiões lutaram para salvar sua vida.
Mas, após ressuscitação, cirurgias de emergência e outros procedimentos difíceis, o corpo de Elora estava muito fragilizado, e ela faleceu apenas 30 horas depois da primeira convulsão.
Uma luz em meio a um luto insuportável
Meu coração estava despedaçado. Eu não sabia como continuar vivendo depois que a vida da minha filha morreu. O luto me consumiu. Por semanas após o funeral de Elora, mergulhei na escuridão da dor, tristeza e culpa, até que não conseguia mais sair dessa condição sozinha. Eu precisava desesperadamente de ajuda.
Terapia, grupos de apoio e outros recursos de luto foram necessários. Mas esses também levariam tempo, e eu não sabia se conseguiria suportar mais um dia nessa amargura.
Foi quando percebi que, em meio à neblina do meu luto, eu havia ignorado uma das fontes mais imediatas de conforto e cura. Peguei minhas escrituras e me voltei para Cristo.
Devorei a palavra de Deus, lendo versículos e histórias familiares com novas perspectivas e novas necessidades. Pedi a Ele que me guiasse a partes das escrituras que Ele sabia que me ajudariam.
O que aprendi? Ele me ensinou a encontrar paz, confiar nas promessas de conforto e como acessar a Expiação de Cristo. Mas, o mais notável, foi que Ele me lembrou que até Jesus enfrentou o luto.
As histórias de Sua vida são um manual de como chorar e consolar aqueles que choram (ver Mosias 18:9). Jesus não evitou o luto, mas permitiu que Ele mesmo sentisse tristeza pelos que amava, e nós também podemos fazer o mesmo. Aqui estão cinco coisas que podemos aprender com o exemplo de Cristo.
Jesus chorou
Quando Lázaro adoeceu, Maria e Marta mandaram avisar a Jesus, esperando que Ele viesse curar o irmão. Mas Jesus não chegou a tempo. As irmãs lamentaram: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (João 11:21; 11:32).
Maria e Marta ainda não sabiam que Jesus tinha o poder de ressuscitar os mortos. Ele estava prestes a corrigir tudo, e ainda assim, Ele as deixou lamentar. Ele não criticou suas lágrimas nem questionou sua fé. Em vez disso, “Jesus chorou” (João 11:35). Ele ficou ao lado delas em seu luto e chorou.
Por causa de Jesus Cristo, nossos entes queridos também ressuscitarão, mas essa doutrina não apaga a tristeza que sentimos quando alguém morre.
Jesus chorou, e nós também podemos chorar.
Jesus teve compaixão
Quando Jesus soube que seu primo João Batista havia morrido, “[Ele] retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, apartado” (Mateus 14:13). Jesus buscou privacidade para lamentar, mas uma multidão o seguiu. Mesmo interrompido em seu luto, Jesus não ficou irritado, mas “foi movido de íntima compaixão” (Mateus 14:14).
Todos precisamos de liberdade para lamentar de maneiras individuais, mas amigos e familiares bem-intencionados podem, às vezes, dizer ou fazer coisas pouco úteis. Quando isso acontecer, podemos seguir o exemplo de Cristo e reagir com compaixão. Afastar-nos da raiva e da ofensa só pode abençoar nossos corações já quebrados.
Jesus mostrou compaixão, e nós também podemos.
Jesus o levantou
O luto não se restringe à morte. Este foi o caso do pai que pediu a Jesus para curar seu filho de um “espírito mudo”. Esse pai exausto havia suportado anos de dificuldade e dor, tendo muitos motivos para lamentar.
Em desespero, ele se aproximou de Jesus com um coração honesto, dizendo: “Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade” (Marcos 9:24). Sua fé imperfeita foi suficiente para abençoar seu filho. “Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu” (Marcos 9:27).
O luto pode abalar nossas fundações. Mas, ao pedirmos ajuda a Cristo, Ele nos elevará a novas alturas de sabedoria, experiência, cura e esperança.
No batismo, fazemos convênio de fazer o mesmo. Podemos oferecer uma mão de aceitação, paciência e companheirismo a todos que cruzarem nosso caminho, elevando-os com nosso amor.
Jesus levantou, e nós também podemos.
Jesus veio
A filha de Jairo estava morrendo, e Jesus concordou em ir com ele para salvá-la. Mas no caminho, Ele sentiu um toque de fé que curou a mulher com um fluxo de sangue.
Enquanto Jesus falava com ela, Jairo recebeu a notícia de que sua filha havia morrido. Cristo o confortou, dizendo: “Não temas; crê somente” (Lucas 8:50). Então, Ele foi com Jairo, conforme prometido. “E Jesus, chegando à casa daquele chefe… pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se.” (Mateus 9:23, 25).
Confiar em Cristo significa confiar em Seus métodos e Seu tempo. As bênçãos nem sempre vêm como esperamos, e nem sempre recebemos o milagre pelo qual oramos. Mas Cristo prometeu: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14:18).
Mesmo quando parece que não há mais esperança, quando nos sentimos sozinhos ou abandonados, ou nosso luto é pesado demais para suportar, Cristo nunca nos deixará sozinhos.
Seus seguidores confiaram que Jesus viria até eles, e nós também podemos.
Jesus disse: “Não se faça a minha vontade, senão a tua”
Sabendo que sofreria dor e tristeza inimagináveis, Cristo entrou no Getsêmani e Se submeteu a Deus.
“Pai, se queres, passa de mim este cálice, porém não se faça a minha vontade, senão a tua” (Lucas 22:42).
Sob o peso de cada experiência e emoção mortal, Ele suou, “como grandes gotas de sangue” (Lucas 22:44). Ele é o único que sabe exatamente como sua dor é esmagadora, porque Ele também a sentiu. E Ele sabe precisamente como ajudar.
Podemos seguir o exemplo de nosso Irmão e oferecer nossa vontade a Deus, mesmo, e especialmente, quando não entendemos por que certos desafios vêm ao nosso caminho.
O Pai prometeu que Ele pode nos ensinar a transformar nossos dias mais sombrios em oportunidades de levar luz e esperança aos que estão onde já estivemos. É assim que nos unimos à equipe do Salvador, ajudando-O a “erguer as mãos que pendem” (Doutrina e Convênios 81:5).
Jesus submeteu Sua vontade a Deus, e nós também podemos.
Sinto falta da minha Elora todos os dias. Minha jornada pelo luto continua. Mas, ao me unir a Cristo, aprendi que o luto não é algo a temer. É uma expressão sagrada de amor e da esperança da ressurreição e do reencontro.
Sei que com Cristo, cada dificuldade pode ser aliviada à medida que seguimos Seu exemplo e O convidamos a caminhar ao nosso lado. Jesus chorou, mas também se alegrou pelo plano de felicidade. E nós também podemos.
Fonte: LDS Living
Veja também: Como posso lidar com o luto enquanto anseio pela eternidade?
Posto original de Maisfé.org