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Como falar [e não falar] com seu filho sobre servir missão

Servir em uma missão pode ser um marco importante para muitos jovens santos dos últimos dias. Por isso, é importante abordar o assunto  com incentivo e compreensão, mesmo quando alguém decide não servir.

O serviço missionário para membros jovens adultos da Igreja passou por algumas mudanças importantes nos últimos anos. Essas mudanças incluem novas regras e muitos ajustes em consequência da pandemia global.

Essas mudanças possibilitam que mais jovens membros da Igreja sirvam como missionários, o que há décadas tem sido um rito de passagem para a vida adulta de um membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que muitos pais desejam para seus filhos.

Como a decisão de servir missão traz consigo implicações culturais e espirituais significativas, é importante que os pais saibam como conversar com seus filhos sobre essa escolha que é tão importante.

Cinco maneiras de falar sobre servir em missão

No início desta semana, o irmão David T. Lisonbee, membro do conselho consultivo dos Rapazes, escreveu um artigo para o Church News sobre como os pais podem conversar com seus filhos sobre servir em uma missão.

“Alguns rapazes temem que menos pessoas queiram ouvir sobre Jesus Cristo e Seu evangelho restaurado no mundo de hoje”, escreve o irmão Lisonbee. “Isso não muda o fato de que, na verdade, em momento algum da história houve mais pessoas que precisam ouvir sobre Jesus Cristo e as bênçãos de Sua Expiação.”

O irmão Lisonbee oferece as seguintes ideias para os pais enquanto conversam com seus filhos:

1. Ajude-o a compreender sua identidade divina

O irmão Lisonbee incentiva os pais a lerem Abraão 3:22-23 e Doutrina e Convênios 138:55-56 com seus filhos e cita esta declaração do Presidente Nelson:

“Nosso Pai Celestial reservou muitos de Seus espíritos mais nobres — talvez Seu melhor time, por assim dizer — para esta fase final. Esses espíritos nobres — os melhores jogadores, esses heróis — são vocês!”!”

2. Compartilhe o convite do profeta para servir

O Presidente Nelson ensinou:

“Meus queridos jovens, esses certamente são os últimos dias e o Senhor está apressando Sua obra para coligar Israel. Essa coligação é a coisa mais importante que está acontecendo na Terra hoje em dia. Nada se compara em grandeza, em importância e em majestade. E se vocês escolherem, se desejarem, podem ser parte essencial dela. Vocês podem fazer parte de algo grande, importante e majestoso.”

3. Fale honestamente sobre missões e faça perguntas

“Faça perguntas em espírito de oração que se concentrem em suas necessidades, interesses e desejos justos”, escreveu o irmão Lisonbee. “Então, realmente ouça e pondere sobre suas respostas.”

4. Incentive-o a receber e estudar sua bênção patriarcal e a ponderar sobre seu significado e poder

Como pais, “Assegure-lhe que sua bênção patriarcal contém revelação pessoal de seu Pai Celestial, que conhece seus pontos fortes, fracos e seu potencial eterno”.

5. Ofereça-se para jejuar e orar com ele.

“Incentive seu filho a buscar, em espírito de oração, a coragem e a força para fazer o que o Pai Celestial e o Salvador gostariam que ele fizesse em relação ao serviço missionário de tempo integral”, escreveu o irmão Lisonbee.

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E se meu filho decidir não servir missão?

Alguns rapazes e moças optarão por não servir missão imediatamente após atingirem a idade mínima, e alguns podem optar por não servir.

Claro, é vital lembrar que seu filho tem seu próprio arbítrio”, escreveu o irmão Lisonbee. “Ele deve sentir seu amor e apoio, independentemente de sua escolha.

Há também oportunidades para servir em diferentes idades. Se ele não está se sentindo pronto para ir aos 18 anos, isso não significa que ele não possa se preparar e decidir ir nos próximos anos”.

De acordo com Patrick Mason, estudioso dos Santos dos Últimos Dias e autor do livro Planted: Belief and Belonging in an Age of Doubt,

“Aqueles de nós que serviram missões sabem, na maioria das vezes, quão extraordinárias elas são, então há um arrependimento natural – e eu acredito que saudável – quando alguém escolhe não ter esse tipo de experiência que é  tão poderosa em nos moldar.”

Concentrar-se no potencial

Mason falou com o LDS Living em 2019 sobre como os pais e outras pessoas podem responder quando um ente querido escolhe não servir.

Ele disse que os santos dos últimos dias podem querer mudar a maneira como pensam sobre as escolhas dos outros de servir ou não.

“Às vezes nos fixamos em um aspecto específico da vida de uma pessoa, especialmente aquelas coisas que são marcadas por conquistas, como servir uma missão, ir ao templo ou casar-se no templo”, disse Mason.

“Mesmo que queiramos evitar esse tipo de  mentalidade, ainda há uma sensação de que essas são as coisas que marcam você como uma boa pessoa, um bom membro da Igreja, etc.

Temos que resistir à tentação de reduzir as pessoas a esses marcos e [em vez disso] focar em todas as coisas maravilhosas sobre essa pessoa, todos os dons que ela tem, todas as coisas que ela pode fazer.

Em vez de se concentrar no que elas não fazem, concentre-se no que estão fazendo, no que podem fazer e em seu potencial.”

Optar por não servir missão

Há muitas razões pelas quais um jovem adulto pode optar por não servir missão. Por exemplo, um jovem, Tyler, disse ao LDS Living que quando ele escolheu não servir, não foi porque estava com medo do trabalho.

Não que ele não tivesse um testemunho, fosse fazer faculdade primeiro ou que fosse de alguma forma indigno ou estivesse despreparado.

Ele orou sobre servir uma missão e recebeu uma resposta. Em uma conversa com seu pai, ele lembra: “Eu disse: ‘Eu simplesmente não sinto a necessidade de ir’”.

Outro jovem, Andrew, disse ao LDS Living que, quando completou 17 anos, ficou aborrecido quando as pessoas lhe diziam: “Quando você for para a missão…”, simplesmente supondo que ele serviria.

“Eu não tinha meu próprio testemunho. Apesar de orar e ler as escrituras, eu não sabia se a Igreja era verdadeira e não gostava que as pessoas planejassem dois anos da minha vida para mim. Ninguém nunca me perguntou o que eu queria.” Aos 19 anos, ele se alistou no exército.

Os pais e outras pessoas podem ser tentados a fazer suposições sobre a decisão de uma pessoa de não servir missão. Por exemplo, muitos presumem que a causa seja a falta de dignidade.

“Não podemos presumir que tudo é sobre dignidade”, diz Mason. “Só porque eles não servem uma missão não significa que estão fazendo algo errado. Às vezes, esses jovens se sentem tão pressionados pela cultura que sentem que não podem falar com ninguém sobre como estão se sentindo.”

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“E ainda são membros fortes da Igreja”

Quando os membros da ala faziam suposições sobre a dignidade de Andrew e fofocavam sobre sua decisão, isso tinha um preço alto.

“Foi doloroso para mim e minha família, e não me fez querer voltar à igreja”, disse ele. E por 10 anos, ele não voltou.

Somente quando já estava com quase 30 anos ele começou a frequentar a igreja novamente, tendo finalmente superado os sentimentos persistentes de raiva e vergonha.

Olhando para trás agora como um membro ativo da Igreja, Andrew compartilha o que sua experiência lhe ensinou sobre o que os pais podem fazer para apoiar os rapazes e moças que decidem não servir.

“Não suponha nada”, disse Andrew. “Pergunte a eles como eles se sentem ao servir missão e dê um espaço seguro para eles expressarem suas preocupações sem desapontar a todos.”

Ele também lembra aos pais que “muitas pessoas excelentes não servem missão e ainda são membros fortes da Igreja”.

Mason diz que quando um jovem decide não servir, uma das coisas mais importantes é fornecer ambientes estimulantes para que seu testemunho cresça.

“Talvez eles sirvam missão alguns anos depois, talvez nem servam”, disse ele. “Mas queremos que eles sejam membros ativos da Igreja a longo prazo e não se sintam tão alienados porque não tiveram essa experiência porque simplesmente desistiram”.

Fonte: LDS Living

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