Em tempos de aflições… o que nos resta?
Jesus chegava de barco na cidade de Cafarnaum. Ele havia acabado de atravessar o mar da Galiléia, vindo da região de Decápolis onde havia libertado um homem endemoninhado (Marcos 5:1-20). Parece que logo que Jesus chegou à cidade, os discípulos de João Batista vieram fazer-lhe algumas perguntas sobre o jejum.
Foi enquanto eles conversavam que Jairo se aproximou de Jesus pedindo que Ele curasse sua única filha. Jairo era um chefe da sinagoga. Ele era um homem importante, responsável por organizar e conduzir a sinagoga.
Quando foi abordado por um dos membros da sinagoga, Jairo, em profunda tristeza e angústia, prostrou-se a seus pés suplicando-lhe pela vida de sua filha que se encontrava acamada. Quando Jairo fez seu primeiro pedido a Jesus para que Ele curasse sua filha que “estava morrendo”, Jairo rogou em tom de urgência, mas com esperança: “Venha e lhe imponha as mãos para que sare, e viva” (Marcos 5:23).
E [Jesus] foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. No entanto, no caminho, um toque simples, porém de muita fé, não lhe passou despercebido. Por meio deste toque foi revelado um grande poder
As aflições são fontes reais de poder
Cada um de nós carrega uma enfermidade que busca ansiosamente pelo toque da cura. Nossas enfermidades podem ser físicas, espirituais, mentais ou emocionais. Porém, de tempos em tempos, devemos nos avaliar, buscando entender se elas têm nos paralisado ou se tem nos feito utilizar todos os recursos que dispomos, para nos colocar no caminho de encontro com o Salvador, e então receber a cura.
Mas ninguém entende minha dor, não entendem como me sinto!
Já fui ferido, julgado, criticado e magoado. Como pode existir uma maneira de suportar tudo isso?
Às vezes, acreditamos erroneamente que a felicidade é a total ausência de sofrimento. Néfi nos ensina que é necessário que sejamos provados, para que isso nos permita ter acesso ao poder da Graça (2 Néfi 2:8 e 11),
“Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas. Se assim não fosse, meu primogênito no deserto, não haveria retidão nem iniquidade, nem santidade nem miséria, nem bem nem mal. (…) Nenhuma carne pode habitar na presença de Deus, a menos que seja por meio dos méritos, misericórdia e graça do Santo Messias.”
O sofrimento é a carga que precisamos suportar para vencer nossas batalhas diárias com o homem natural e, alcançar o poder da graça de nosso Senhor nos tornando mais mansos e submissos a ele. (Mosias 3:19). Provar do poder e da força que advém dos céus ao buscar por ajuda divina, faz-nos estar mais próximos do Autor da cura. Os fardos específicos que cada um de nós levamos na vida, nos ajudam a confiar no Senhor de todo o coração, Prov. 3:5.
Não estamos e jamais precisaremos estar sozinhos
Algumas coisas que acontecem em nossa vida parecem vir aleatoriamente, como se tivessem o propósito de nos tirar de nosso caminho, quando na verdade, elas nos preparam para receber algo ainda maior.
Jairo com certeza manteve sua fé, pois, ele pediu que Jesus fosse até sua casa e impusesse as mãos sobre sua filha. Em todo momento a medida de fé de Jairo é destacada. Nenhum dos Evangelhos que registram tal milagre mostram Jairo vacilante, mas sempre com a certeza de que se Jesus tocasse sua pequena filha, ela viveria.
Percebem a semelhança?
Nunca foi sobre tempo, sobre prioridades, sobre quem vem primeiro: a mulher do fluxo ou Talita. É SOBRE COMO A FÉ MOVE VOCÊ EM BUSCA DO SEU MILAGRE! Sobre como as provações promovem a você a chance de desenvolver uma tração espiritual que aproxime seus esforços – em meio a sua dor – para a cura, o consolo e a paz. Movimentos de fé que te direcione a cura pelo Salvador.
Não há dor que o Salvador não tenha vivenciado. Por causa de Seu infinito e eterno sacrifício (Alma 34:14), Ele tem perfeito entendimento e compaixão, podendo estender a nós o Seu braço de misericórdia. Ele pode nos auxiliar, tocar, socorrer, curar e fortalecer para que sejamos mais do que jamais poderíamos ser e nos ajudar a fazer o que jamais poderíamos fazer se dependêssemos somente de nossa própria força. De fato, Seu jugo é suave e Seu fardo é leve. (Mateus 11: 28-30)
Testifico que o Pai buscou e busca nossa felicidade e segurança individualmente, acima de todas as preocupações divinas. Ele proveu um meio para que fossemos salvos de nossas dores, curados de nossas enfermidades, consolados de nossas perdas… E seu nome é Jesus Cristo!
Escrito por Eva Falcão Amorim