O arbítrio é mais do que somente liberdade de escolha
Este é um trecho do livro “O Magnífico Dom do Arbítrio; ser agentes ao invés de sofrer a ação” de Gary Lawrence que será lançado em breve em inglês.
O arbítrio é mais do que a liberdade de escolha, mais do que o direito de agir por nós mesmos. É um mandamento.
Um advogado bem-sucedido queria comprar um terreno. Ele tinha a liberdade para escolher, dinheiro suficiente e uma ideia. Ele viu uma oportunidade, ponderou sobre ela, falou com outras pessoas para saber suas opiniões, conseguiu meios para pagar o terreno, se sentiu confiante, decidiu agir e agiu.
Então vieram as consequências. Ele foi ridicularizado, chamado de tolo e sofreu com as piadas das pessoas. Uma circunstância favorável parecia estar bem longe, isso se havia uma. Mas ele perseverou. Embora ele tivesse conseguido um bom preço pelo terreno – 30 centavos de dólar por acre (4047 m²) – seu uso do arbítrio foi considerado insensato. Essa compra foi até chamada de “a loucura de Seward”, porque ele, William H. Seward, comprou o Alasca.
A ação é o ponto chave do arbítrio. Pensamos primeiro, avaliamos os riscos e então tomamos a decisão. Depois de agirmos, lidamos com as consequências e aprendemos.
Sim, nós cometeremos erros, mas isso não deve ser algo que vá nos parar. Sem riscos ninguém come e ninguém progride. Progresso sem risco não existe.
Com o caminho do arbítrio à nossa frente, consideramos os riscos quando decidimos seguir o Filho de Deus e vir para a mortalidade, vir à este mundo onde as coisas dão errado para o nosso bem.
Satanás, do contrário, enganou aqueles que tinham medo de se arriscarem e que queriam alcançar o sucesso sem esforço. Eles queriam um estado de bem-estar social e espiritual. Ele prometeu um retorno sem riscos à presença de Deus, embora soubesse que isso não poderia acontecer. Os seguidores de Satanás tinham medo de serem agentes então eles escolheram o pai da mentira para agir por eles. Eles desistiram de seu dom. O maior risco que correram foi não ter nenhum.
Quando escolhemos seguir o Salvador, não temos garantia nenhum de que vamos voltar. Sabemos que podemos voltar. A única garantia que temos é a de que Jesus Cristo passaria por coisas horríveis, conquistaria a morte e providenciaria um misericordioso caminho de retorno à Deus como um atalho para nós. E isso só dependeria de nós mesmos.
Professores da ação
Quando Adão e Eva foram expulsos do jardim do Éden, as árvores não foram junto com eles.
Antes, tudo o que eles tinham que fazer era comer qualquer fruta que quisessem (menos uma) e então não teriam mais fome. Mas agora, o Senhor tinha ordenado que as calorias que fossem ingerir deveriam vir através do suor de seu trabalho.
Mesmo que as árvores do Éden nascessem das sementes, elas cresciam espontaneamente. Isso significava que Adão e Eva, teriam que cultivar a terra seca do mundo mortal para que tivessem comida. Ou seja, não existia a produção espontânea.
Vista pelo mundo como uma espécie de punição, isso foi, na verdade, uma bênção – a benção de se esforçarem para alcançarem o progresso. Era o início de uma escolha que traria os filhos de Deus para a vida mortal.
As escrituras nos instruem para que sejamos agentes.
“O Senhor Deus concedeu, portanto, que o homem agisse por si mesmo.” (2 Néfi 2:16)
“Colocando-se em condições de agir, ou seja, sendo colocados em condições de agir segundo a sua vontade e prazer, para fazer o mal ou para fazer o bem.” (Alma 12:31)
“Para que possais viver, mover-vos e agir segundo vossa própria vontade” (Mosias 2:21)
“Não serás ocioso; porque o ocioso não comerá o pão nem usará as vestes do trabalhador.” (D&C 42:42)
“Para que todo homem aja […] de acordo com o arbítrio moral que lhe dei, para que todo homem seja responsável por seus próprios pecados no dia do juízo.” (D&C 108:78)
Risco: algo bom
Na parábola dos talentos, o Senhor falou sobre a necessidade dos riscos. Três servos receberam talentos de seu mestre. Quando o mestre voltou, dois foram recompensados porque eles enfrentaram os riscos e aumentaram o valor dos talentos que lhes foram dados. Aquele único que teve medo, que tentou se manter na dentro de sua zona de conforto e enterrou o talento que lhe foi dado, foi chamado de preguiçoso e negligente.
Frequentemente ouvimos a palavra desastre relacionada com a palavra risco. Mas também desastres acontecem por nunca arriscarmos nada – o desastre da estagnação, do tédio, do auto ódio, de vidas sem conquistas e a agonia do “poderia ter sido…”
Moral da história: Corra riscos prudentes e aja. O arbítrio não é um dom passivo.
Fonte: Meridian Magazine