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O manuscrito Spaulding e a autoria do Livro de Mórmon

A Teoria de Spaulding é uma das teorias mais antigas que buscam explicar a origem do Livro de Mórmon de maneira alternativa à história relatada por Joseph Smith.

Nesse artigo, vamos abordar:

  • A origem da teoria;
  • O manuscrito Spaulding;
  • Principais problemas com a teoria de Spaulding.

A origem da teoria do manuscrito Spaulding

Segundo essa teoria, Joseph Smith teria plagiado um manuscrito inédito escrito pelo reverendo Solomon Spaulding, um ex-pastor calvinista e autor de uma história fictícia sobre os “Construtores de Montículos” nativos da América.

A teoria surgiu nos anos 1830, quando críticos do Livro de Mórmon procuravam fontes que Joseph Smith poderia ter usado para criar o texto.

Uma das versões mais comuns da teoria sugere que o manuscrito Spaulding, escrito em estilo bíblico, teria sido deixado com um editor em Pittsburgh, onde Sidney Rigdon supostamente teve contato com ele. Assim, Rigdon teria passado o material a Joseph Smith, resultando na criação do Livro de Mórmon.

A primeira menção da teoria apareceu em 1833 por um editor de jornal e foi popularizada pelo autor Eber D. Howe em seu livro Mormonism Unvailed (Mormonismo Desmascarado).

A teoria ganhou força ao longo do século XIX, especialmente entre os críticos que rejeitavam a possibilidade de Joseph, um jovem fazendeiro com pouca educação, ter produzido um texto tão complexo e detalhado.

manuscrito Spaulding

O manuscrito Spaulding 

Com o tempo, a Teoria de Spaulding começou a perder força, especialmente após a redescoberta do manuscrito original em 1885. Após uma análise cuidadosa, foi constatado que o conteúdo do manuscrito não correspondia ao Livro de Mórmon

A teoria também envolve Sidney Rigdon e o retrata como peça central em um suposto complô para criar o Livro de Mórmon. Alguns defensores da teoria afirmam que Rigdon, ao encontrar o manuscrito Spaulding, o adaptou e colaborou com Joseph Smith. 

Contudo, estudos modernos não encontraram evidências conclusivas de qualquer conexão entre Spaulding e Rigdon, tornando a teoria menos plausível.

Antes da teoria de Spaulding, críticos alegavam que o Livro de Mórmon era uma criação simples e fácil de desmascarar. No entanto, com o surgimento da teoria, houve um reconhecimento implícito de que o livro era mais complexo do que aparentava.

No site da Igreja encontramos algumas indormações sobre o manuscrito, veja um trecho abaixo:

“Em 1833, Philastus Hurlbut, que havia sido excomungado da Igreja, tentou coletar informações depreciativas a respeito de Joseph Smith e do Livro de Mórmon. Como parte de seu empenho, Hurlbut conversou com várias pessoas de Ohio que conheciam o manuscrito Spaulding. Aquelas pessoas assinaram depoimentos alegando que o Livro de Mórmon se baseava na história de Spaulding. A despeito dessas alegações, nem Hurlbut nem outros críticos da Igreja publicaram o Manuscrito Spaulding naquela época, embora estivessem de posse dele. Por fim, o manuscrito se perdeu. Em 1884, um homem chamado L. L. Rice encontrou o manuscrito entre alguns outros documentos que havia comprado e o entregou para o Oberlin College, de Ohio. Rice e James H. Fairchild, reitor do Oberlin College, examinaram o manuscrito e ambos certificaram que ele não poderia ter sido a fonte do Livro de Mórmon. A Igreja publicou a história em 1886.”

Após ser provada falsa, muitos críticos abandonaram a teoria e buscaram outras explicações, como o suposto uso de “Visão dos Hebreus, um livro escrito por Ethan Smith.

Veja também: O Livro de Mórmon é um plágio do livro “Visão dos Hebreus”?

Principais problemas com a teoria de Spaulding

A teoria de que o Livro de Mórmon teria se baseado em um manuscrito de Solomon Spaulding apresenta três grandes problemas que questionam sua credibilidade.

1. Falta de evidências históricas sobre Sidney Rigdon e Joseph Smith

Registros históricos indicam que Sidney Rigdon conheceu o Livro de Mórmon por meio de Parley P. Pratt e outros missionários em novembro de 1830. Ele só encontrou Joseph Smith em dezembro daquele ano, após a publicação do livro. 

Contudo, os defensores da teoria sugerem, sem evidências concretas, que Rigdon teria se encontrado secretamente com Joseph antes e, mais tarde, fingido sua conversão à Igreja de Jesus Cristo.

2. Ausência de um segundo manuscrito Spaulding

O manuscrito Spaulding, chamado Manuscript Story—Conneaut Creek, foi encontrado em 1884 em Honolulu, Havaí, e levado para a Biblioteca do Oberlin College, em Ohio. Publicado pela Igreja RLDS em 1885, o manuscrito Spaulding foi comprovadamente uma história incompleta, sem semelhança significativa com o Livro de Mórmon

Apesar disso, os críticos da teoria continuam a alegar a existência de um “segundo manuscrito” que serviria como fonte do Livro de Mórmon, embora nenhuma evidência desse documento tenha sido encontrada.

3. Teoria baseada em invenções

Para sustentar a Teoria de Spaulding, seria necessário inventar um manuscrito inexistente e um meio fictício para que esse manuscrito chegasse a Joseph Smith por meio de Sidney Rigdon. 

Até hoje, os defensores modernos ignoram o fato de que o único manuscrito Spaulding descoberto é um rascunho inacabado e que não há provas convincentes de um encontro entre Rigdon e Joseph Smith antes da publicação do Livro de Mórmon.

Conclusão

A Teoria de Spaulding sobre a autoria do Livro de Mórmon não apresenta evidências consistentes e é baseada em suposições e invenções sem comprovação histórica. A ausência de um segundo manuscrito, o fato de que o manuscrito existente de Spaulding não se assemelha ao Livro de Mórmon, e a falta de qualquer prova de uma ligação entre Rigdon e Smith antes da publicação tornam a teoria improvável e pouco fundamentada.

Fonte: FAIR, churchofjesuschrist.org

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