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Perguntas e Respostas: Me sinto deslocada na igreja por ser mãe solo. Como posso lidar com esse sentimento?

Pergunta:

Sou mãe solo e muitas vezes me sinto deslocada na igreja, principalmente quando o assunto é família eterna. Como posso lidar com esse sentimento de inadequação?

Resposta:

Olá, amiga! 

Realmente consigo entender seus sentimentos e sua preocupação com esse assunto.

Gostaria de compartilhar um pouco de minha história e espero que você possa encontrar algo nela que possa te ajudar a se sentir melhor.

O sonho da minha mãe sempre foi ter uma família. E esse foi um dos motivos que ela decidiu se filiar à Igreja, pois quando ouviu os missionários ensinarem sobre como as famílias podem ser eternas, ela sabia que tinha encontrado a igreja que tanto procurava.

Com ajuda de amigos que ela fez na Igreja, ela, eu e meu irmão conseguimos nos firmar nesse novo mundo. Mas ainda assim era bem desafiador, pois ela trabalhava aos domingos e estava sempre cansada. E quando conseguia ir às reuniões, meu irmão corria tanto pelo salão sacramental que, além de deixar minha mãe desconfortável, não a deixava prestar atenção em nada.

E era em situações assim que ela se perguntava se todo esse esforço fazia sentido ou valia mesmo a pena.

Enquanto crescia na igreja, comecei a perceber alguns comentários entre as irmãs sobre minha mãe ser solteira. Muitas delas não queriam fazer amizade com ela por ter ciúmes do marido. Isso me abriu os olhos para mais um desafio que passávamos.

Imagino que não era nem um pouco fácil para minha mãe estar ali aos domingos, olhar para a congregação e ver todas aquelas famílias que pareciam tão perfeitas, sentadas juntas, ou ouvir os discursos sobre a família no modelo do Senhor ou até mesmo cantar que “as famílias poderão ser eternas”.

Então acho que posso dizer que entendo como você se sente, pois vi de perto o que minha mãe passou, e também, ter uma família eterna sempre foi um desejo que eu tive. Sobre esse sentimento de inadequação que você mencionou, o Élder David S. Baxter, dos Setenta, compartilhou:

“Nunca sintam que estão em um tipo de segundo escalão, uma subcategoria de membros da Igreja, e que de certa forma são menos merecedoras das bênçãos do Senhor do que os outros. No reino de Deus não há cidadãos de segunda classe”.

No mesmo discurso ele continua:

“Vocês, que criam os filhos sozinhos, testifico que, se derem o melhor de vocês nos mais difíceis desafios humanos, o céu lhes há de sorrir. Vocês realmente não estão sozinhos. Que o poder redentor e amoroso de Jesus Cristo ilumine sua vida agora e os encha de esperança na promessa eterna. Tenham coragem. Tenham fé e esperança. Encarem o presente com força e olhem para o futuro com confiança.”

Apesar de todos esses desafios e situações que vivemos, minha mãe continuou com coragem, cuidando que cada um de seus filhos. Também, nós não esperamos a figura parterna chegar ou aquele companheiro para minha mãe aparecer para sermos uma família feliz.

Ela sempre foi nossa força todos os dias. Ela nos acordava ao som de hinos para ir a Igreja, mesmo sabendo que iríamos enrolar e ficar mau humorados para nos vestir. Ela sempre nos incentivou a ler as escrituras, participar das atividades da igreja e fazer nossas orações.

Minha mãe sempre tornou nossa família muito especial. Acho que todos nós sabíamos que seria bom ter uma figura paterna, tanto na minha educação, como na do meu irmão, e ter alguém que seria como um protetor para apoiar minha mãe, um companheiro. Com certeza isso fez falta em vários momentos, mas sempre soubemos que esse “detalhe” seria resolvido pelo Senhor, no tempo Dele, para que pudéssemos ser selados para eternidade, porque uma família sempre fomos.

Por mais que se sinta deslocada por ser alguém que não está inserida em uma configuração famíliar formada por pai, mãe e filhos, podemos sempre nos lembrar que somos todos filhos de Deus e merecedores de Suas bênçãos. Com o auxílio Dele, você poderá desfrutar de todas as promessas que Ele faz a todos os Seus filhos.

Espero ter ajudado.

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