Podemos ser cristãos e ainda pular Carnaval?
Apesar de não a origem em nosso país, o Carnaval é a uma das maiores festas populares brasileiras. A história do Carnaval vem da antiguidade, com celebrações pela Mesopotâmia, Grécia e Roma.
Segundo o Jornal da USP, “a palavra Carnaval vem do latim, carnis levale que significa retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de de controlar os desejos dos fiéis.”
A origem do Carnaval
Em um artigo publicado na Revista Superinteressante, lemos que o Carnaval tem suas raízes em antigas festas da Babilônia, chamadas saceias. Nessas festividades, um prisioneiro assumia o lugar do rei por alguns dias. Ele vestia-se como o rei, comia o que ele comia e dormia com suas esposas. No fim, esse prisioneiro era chicoteado, enforcado ou empalado.
Outras origens do Carnaval estão ligadas às festas greco-romanas, como os bacanais, ou festas dionisíacas, dedicadas a Baco (ou Dionísio, na mitologia grega), o deus do vinho. Essas festas eram marcadas por muita bebida e entrega aos prazeres carnais.
Em Roma, existiam as Saturnálias e as Lupercálias. As Saturnálias aconteciam em dezembro, e as Lupercálias em fevereiro, mês que simbolizava tanto divindades quanto purificações. Essas festas eram cheias de comida, bebida, danças e uma inversão de papéis, onde os escravos se passavam por senhores e os senhores por escravos.
Essas festas não agradavam à Igreja Católica, principalmente por causa dessa inversão de papéis sociais, que era vista como uma distorção da relação entre Deus e o diabo.
No Brasil o Carnaval acontece sempre 46 dias antes da Páscoa, que é determinada como o primeiro domingo após a primeira lua cheia do outono (no hemisfério sul). A partir da data da Páscoa, conta-se 40 dias da Quaresma mais os seis da Semana Santa para chegar à Quarta-Feira de Cinzas.
Ser cristãos e estar no carnaval?
Deus nos deu mandamentos e padrões de comportamento para nos guiar à felicidade eterna. Ele pede que sejamos castos, virtuosos, modestos e caridosos, como vemos na 13º Regra de Fé. Como membros da Igreja, escolhemos não participar do Carnaval, porque muitas de suas práticas vão contra os ensinamentos de Deus. Em Romanos 8:5-8, Paulo nos lembra:
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.”
Ele também nos exorta em 1 Coríntios 6:20:
“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”
Em outra ocasião, Paulo também advertiu contra participar de práticas que não glorificam a Deus. Ele disse:
“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele? Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. Ninguém busque o proveito próprio; antes cada um o que é de outrem.”
Muitas pessoas participam do Carnaval com a intenção de apenas se divertir. No entanto, o Élder Claudio M. Costa descreveu o Carnaval como um “feriado que se transformou em quatro dias de festividade desregrada.”
Durante esse período, valores de castidade e virtude são frequentemente ignorados, e a busca por prazer e satisfação pessoal é incentivada. O Presidente Brigham Young também ensinou que:
“Um coração simples e sincero vale mais para o Senhor do que toda a pompa, orgulho, esplendor e eloquência produzida pelos homens. Quando Ele olha para um coração repleto de sinceridade, integridade e que tem a simplicidade de uma criança, vê um princípio que perdurará para sempre. ‘Eis o espírito de Meu próprio reino, o espírito que dei a Meus filhos’”.
Algumas advertências importantes
O uso de máscaras é uma prática comum durante o Carnaval. O Élder Quentin L. Cook falou sobre como muitos de nós, às vezes, sentimos a pressão de “representar um personagem — até mesmo usar uma máscara — e nos tornar alguém que não reflete realmente quem somos ou quem queremos ser”.
Ele não falava apenas de máscaras físicas, mas também de como podemos nos deixar levar pelas expectativas da sociedade e pelas tentações que nos afastam de nossos verdadeiros valores. Precisamos ser fiéis a nós mesmos e manter nossa integridade, assim como Jó declarou:
“Até que eu expire, nunca apartarei de mim a minha integridade”.
O Presidente Russell M. Nelson fez uma advertência que pode nos ajudar a refletir sobre o Carnaval e outras práticas que podem não estar em harmonia com os ensinamentos de Deus:
“O mal, o erro e as trevas nunca serão a verdade, mesmo que sejam populares. Uma advertência das escrituras declara o seguinte: ‘Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas’. Depois da Primeira Guerra Mundial, uma canção meio indecente se tornou muito popular. Ao promover a imoralidade, ela afirmava que 50 milhões de pessoas não podiam estar erradas. Mas, na verdade, 50 milhões de pessoas podem estar erradas, sim — totalmente erradas. A imoralidade ainda é imoralidade à vista de Deus, que um dia vai julgar todas as nossas ações e nossos desejos.”
E se você está se perguntando o que fazer no Carnaval enquanto quase todo o país está “celebrando”, separamos 10 coisas edificantes para fazer durante o feriado de Carnaval.
Posto original de Maisfé.org