Élder David A. Bednar fala sobre viver sob revelação
Ao participar de um programa chamado “Uma noite com uma Autoridade Geral, o Élder David A. Bednar compartilhou alguns pensamentos sobre receber revelação. Ele disse que devemos viver sob revelação, em vez de esperar que ela só aconteça de vez em quando e seja um evento raro em nossas vidas.
Uma das perguntas feitas ao apóstolo foi: “O que você aprendeu em sua vida sobre receber revelação?”
Confira alguns trechos que podem abrir a nossa mente para melhores maneiras de “ouvir o Senhor”.
Élder David A. Bednar:
“Frequentemente, tornamos difícil para nós mesmos receber revelação pessoal. A promessa de nosso convênio é que, ao honrarmos nossos convênios, sempre teremos o Espírito Santo como nosso companheiro.
Porém, falamos e tratamos esse assunto como se ouvir a voz do Senhor por meio de Seu Espírito fosse um evento raro. Para mim isso é um pouco curioso. É como se tivéssemos que seguir essas quatro etapas.
Em todo lugar sempre nos deparamos com fórmulas, listas de tarefas, faça essas quatro coisas e o Espírito Santo falará com você e você ouvirá. E eu sigo aquilo. Mas espera um pouco, não devemos tentar reconhecê-lo quando o sentimos. Devemos reconhecer o que acontece para que ele nos deixe.
Ele deve estar conosco o tempo todo, não a cada nano-segundo, mas se uma pessoa está fazendo o seu melhor, você não precisa ser perfeito, mas se estamos fazendo o nosso melhor e não estamos comentando transgressões sérias, então podemos contar com a orientação do Espírito Santo.
Portanto, acredito que não deveríamos pensar que temos que estar preparados para reconhece-lo, quando na verdade Ele deveria estar o tempo todo conosco.
Acredito que na cultura da igreja, especialmente no mundo ocidental, parece que acreditamos que o Espírito Santo é dramático, grande e momentâneo quando na verdade é quieto, sucinto e gradual e que você não precisa reconhecer que está recebendo revelação no momento da revelação.
Porque pensamos que tem que ser algo grande, temos todas essas coisas que são exatamente o oposto do que acontece quando recebemos revelação.
Acho que Néfi é o exemplo perfeito desse modelo. Ele foi, sem saber de antemão, as coisas que deveria fazer. Para mim, o mais impressionante nessa experiência é escrever sobre ela depois que aconteceram, então ele teve que olhar para trás e refletir sobre sua experiência.
Não quero usar uma linguagem descuidada, mas no vernáculo de hoje, acredito que ele estava dizendo: “Eu não tinha a menor ideia de como aquilo funcionaria”.
Mas ele foi, e seguiu conforme foi sendo guiado, mas não tenho certeza se ele sabia disso a cada instante que continuava avançando e seguindo em frente.
Lemos [esta história] diversas vezes, mas nunca fazemos a conexão de que o modo como aconteceu com ele é provavelmente como deveria acontecer conosco. Eu encontro membros da igreja que estão morrendo de medo de cometer um erro.
Néfi cometeu um erro na primeira vez quando eles tiraram a sorte? Não deu certo, mas ele aprendeu a lição e sua família também. Quando eles pegaram o ouro e todos os seus pertences também não deu certo, mas eles aprenderam uma lição, então não precisa ser grande, dramático, rápido e sempre dar certo. Provavelmente é o oposto disso, mas de alguma forma… acho que essas suposições nos atrapalham.
Muitos membros da Igreja falam sobre quantas revelações foram dadas desde que o Presidente Nelson se tornou presidente da Igreja. As coisas que estão surgindo agora vêm sendo trabalhadas há anos e décadas.
Acho que a ilustração perfeita para as pessoas é o Presidente McKay destacar a importância da família na década de 1950. Nas décadas de 1950 e 1960, havia programas de televisão que valorizavam a família.
Não há nada mais claro do que isso. Então, por que naquela época o Presidente McKay estava enfatizando a importância da família? Porque você precisava disso hoje e você estaria 70 anos atrasado se tivesse começando hoje…
Você se banqueteia com a palavra de Deus para que possa ouvir a voz do Senhor… Temos que esperar no Senhor. Ele nos mostra, não nos cabe exigir. Temos que estar atentos e reagir ao Seu tempo, não às nossas demandas sobre o tempo”.
Então, uma mulher fez uma pergunta que incluía a seguinte declaração: “Devemos viver nossas vidas de tal forma que estejamos sempre prontos para a revelação, sempre que o Senhor estiver pronto para derramar sobre nós”.
O Élder Bednar respondeu:
“Não está pronto para. Para mim, essa linguagem sugere ‘sempre que vier’. Não, você está vivendo na revelação. Eu acho esta frase significativa. Em vez de pensar, nós navegamos e [pensamos], tenho que parar o que estou fazendo agora, tenho que me preparar para receber revelação. Você está sempre nela. ‘Que possamos sempre ter o Seu Espírito conosco’.
Pensar que de alguma forma nosso dia-a-dia está divorciado da influência contínua do Espírito e isso só acontece quando nos preparamos de alguma forma, de acordo com uma fórmula, acho que nos atrapalha e confunde.
Pense em como Oliver Cowdery se tornou o escriba de Joseph Smith. Ele ouve falar de placas de ouro. Ele ouve a história de Joseph Smith e deseja encontrá-lo. De onde veio aquele desejo? Esta é a seção número 6 de Doutrina e Convênios… ‘Se fizeres o bem, sim, e te conservares fiel até o fim, serás salvo no reino de Deus, o que é o maior de todos os dons de Deus; porque não há dom maior que o da salvação’.
‘Em verdade, em verdade te digo: Bem-aventurado és pelo que fizeste; porque me procuraste e eis que, tantas vezes quantas inquiriste, recebeste instruções de meu Espírito. Se assim não fora, não terias chegado ao lugar onde agora estás’.
‘Eis que tu sabes que me inquiriste e que te iluminei a mente’. Agora, a próxima frase deste versículo é a mais convincente. Oliver estava sendo inspirado e ele não tinha ideia de que estava sendo inspirado. Ele estava recebendo revelação e não tinha ideia de que estava recebendo revelação.
Então, uma revelação é recebida por meio de Joseph para dizer a Oliver que ele havia sido inspirado e estava recebendo revelação, ‘e agora te digo estas coisas para que saibas que foste iluminado pelo Espírito da verdade’ (Doutrina e Convênios 6:13-15). E é isso que quero dizer quando digo estamos na revelação, não paramos e tentamos recebe-la”.
Fonte: Meridian Magazine