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Buscar um relacionamento com Deus ao invés de ideias sobre Ele

Durante uma longa conversa com uma pessoa que passava por uma crise de fé – longa conversa porque ela falava sobre descrenças e eu sobre crenças, algo que poderia continuar para sempre – algo ficou bem claro para mim: Nós não estávamos falando sobre a mesma coisa.

A religião desta pessoa é composta de conceitos que geraram mais dúvidas do que confirmações em seu coração. Minha religião é menos baseada em afirmações puramente intelectuais e mais focada em desenvolver um relacionamento com alguém maior que eu, alguém que me conforta, me dá forças e é a fonte das maiores felicidades da minha vida.

Para esta amiga, abandonar sua religião tem mais a ver com descartar ideias que ela não concorda e para mim é mais como uma traição.

Então temos um dilema. A religião poderia ser algo questionável pela razão, ciência e inteligência ou algo em que simplesmente deveríamos confiar, mesmo não recebendo a resposta para todas as perguntas.

De um lado, temos as ideias – abstratas, impessoais, imutáveis e baseadas em fatos –  e de outro o relacionamento pessoal com a religião – dinâmica, o qual construímos um relacionamento com Deus, alguém que fala conosco pessoalmente.

Talvez misturar religião com o abstrato pode nos levar a labirintos espirituais, onde podemos facilmente encontrar a saída ao recorrer ao nosso relacionamento pessoal com Deus. As ideias podem ser consideradas somente um conjunto de doutrinas e o pessoal, a fé em Deus. Fé que levará os crentes e os carregará em meio a dificuldades recorrentes em nossas vidas.

Enxergar a religião como uma ideia, faz com que interpretemos uma história das escrituras da mesma maneira sempre, sem que haja mudanças, sempre com o mesmo significado. Interpretar a mesma passagem das escrituras de maneira pessoal, nos leva a aplicar seus ensinamentos de diferentes maneiras, de acordo com o momento de nossas vidas.

Se nos focarmos sempre nas ideias científicas, nossa expectativa em relação a um profeta seria a pessoa mais inteligente do mundo, alguém com poder ou dinheiro. Mas ao considerarmos a verdade pessoal, o profeta seria aquele que o Senhor escolheu, independentemente de suas posses temporais, idade ou conhecimento formal.

Ter um relacionamento pessoal com Deus requer que confiemos Nele. Tal confiança é baseada em nossas experiências e não em uma fé cega.

Não estou querendo colocar mais lenha na fogueira da ciência versus religião, pelo contrário, gostaria que pudéssemos encontrar o equilíbrio e a harmonia entre essas duas coisas tão importantes.

Estudiosos, como Lisa Miller, psicóloga e professora da Universidade de Columbia, afirmam que cada ser humano nasce com uma capacidade espiritual, que pode ser usada ou perdida, dependendo de nossas práticas religiosas para desenvolver um relacionamento com o divino.

Os psicólogos afiliados à Brigham Young University, Jeffrey L. Thayne e Edwin E. Gantt, afirmam que o pecado representa uma doença em nosso relacionamento com Deus. Como o inimigo nos tenta a pecar, Thayne e Gantt dizem que ‘argumentos racionais são insuficientes aos lidar com Satanás. A ajuda divina é necessária’.

A verdade-ideia tenta prever acontecimentos baseados em fatos e números, por outro lado, a verdade-pessoal nos mostra que não podemos prever nada e que precisamos confiar no Senhor e em Seus conselhos. Nos voltarmos para Cristo significa nos submetermos à Sua vontade e fazer o que Ele nos pede. 

Construir um relacionamento com Deus não nos trará todas as respostas que ansiamos nesta vida, mas nos guiará em meio à escuridão do mundo e nos deixará saber que nunca estaremos sozinhos.

Fonte: Public Square Magazine

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