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Há outras evidências além da Bíblia de que Jesus Cristo existiu?

Nota: Este artigo é uma tradução do artigo “Do We Have Non-Biblical Evidence that Jesus Existed?” escrito por Daniel C. Peterson

Há três semanas, recebi um comentário agressivo em meu blog atacando Joseph Smith e as testemunhas do Livro de Mórmon. Logo ficou claro que ele não sabia nada sobre nenhum dos dois assuntos, de modo que suas críticas foram equivocadas e desinteressantes.

No entanto, ao longo de seu comentário, ele afirmou que Jesus e todos os outros personagens bíblicos mencionados na Bíblia haviam sido inventados, ele deu a entender que eles foram criados pelo Concelho de Nicéia no início do século IV.

Essa é uma afirmação extrema, e ele a colocou da forma mais extrema que pôde. Duvido que haja um único estudioso sério do assunto, em qualquer lugar do mundo, crente ou descrente, que o apoiaria.

Há um ceticismo mais moderado entre o público não religioso em geral, e provavelmente vale a pena abordar.

Consequentemente, tive o prazer de ler um artigo escrito por Lawrence J. Mykytiuk, “Novas Figuras Religiosas Confirmadas”, publicado na edição do verão de 2021 da “Biblical Archaeology Review” (Revisão de Arqueologia Bíblica).

O artigo é o último de uma série de cinco artigos relacionados e muito relevantes publicados na “Biblical Archaeology Review” pelo Dr. Mykytiuk, que possui Ph.D. em Estudos Hebraicos e Semíticos pela Universidade de Wisconsin em Madison.

Encontrando evidências textuais

Em seus estudos, Mykutiuk apresentou evidências textuais arqueológicas e extrabíblicas antigas para cinquenta e três indivíduos na Bíblia Hebraica ou no Antigo Testamento, e para vinte e três figuras políticas do Novo Testamento, incluindo o próprio Jesus Cristo.

Neste último artigo, o Dr. Mykytiuk também busca corroborações além de textos cristãos, e procura descobrir se fontes mais contemporâneas mencionam alguma das figuras religiosas do Novo Testamento.

Ele observou que é mais fácil constatar personagens políticos do que religiosos, uma vez que governantes e políticos têm um “forte interesse próprio em construir monumentos de pedra imponentes e cunhar moedas para construir seu próprio governo, riqueza, poder e glória parecerem permanentes e invencível”.

Figuras religiosas raramente ou nunca apresentam evidências físicas antigas, porque geralmente não estavam em posição de cunhar moedas ou encomendar estátuas e por ter sentido pouca ou nenhuma necessidade desse tipo de bem material.

“Ainda assim”, escreve Mykytiuk, “temos evidências não cristãs de pelo menos sete figuras religiosas do Novo Testamento: Jesus de Nazaré… e pelo menos mais seis, que aparecem no livro ‘Antiguidades Judaicas’ do historiador judeu Flavius ​​Josephus, em seu livro ‘A Guerra dos Judeus’, em sua autobiografia ‘A Vida de Josefo’ ou na primeira parte do Talmude, a Mishná.”

A metodologia de Mykytiuk é conservadora, o que oferece confiança à suas conclusões. Ele escreveu:

“Para fazer uma identificação consistente, é preciso interpretar escritos antigos além da Bíblia… e certificar-se de que: (1) as fontes são genuínas, não forjadas ou não confiáveis; (2) o cenário de tempo e espaço da pessoa nos escritos antigos deve corresponder ao cenário da pessoa na Bíblia; e (3) as marcas de um indivíduo, como nome, nome do pai, título ou local de trabalho, distinguem duas pessoas diferentes uma da outra e evitam a impressão de que são a mesma pessoa”.

Estudos e confirmações além da Bíblia

Veja quem quem são as seis figuras que o Dr. Mykytiuk fornece informações extrabíblicas neste novo artigo:

Gamaliel, mestre da lei, que, conforme registrado em Atos 5:33-40, desempenha um papel proeminente na história do movimento cristão primitivo. Ele é citado com frequência na Mishná e também em “A Vida de Josefo”.

João Batista, que serviu como o precursor do advento de Jesus Cristo. Ele é mencionado em “Antiguidades Judaicas” de Josefo.

Tiago (ou, mais precisamente, Jacó), irmão de Jesus, também é conhecido como “Tiago, o Justo”.
Ele não deve ser confundido com o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, o Amado. O apóstolo Tiago, está entre os que deixaram suas redes de pesca na costa do Mar da Galiléia para seguir Jesus , ele foi executado pelo rei Herodes Agripa I, provavelmente por volta de 44 d.C (ver Atos 12:2.). Por outro lado, Tiago, o Justo, é conhecido por ser um descrente durante o ministério público de Jesus, ele exerceu sua fé após a ressurreição de seu meio-irmão e se tornou um líder importante na igreja em Jerusalém. Dizem que foi martirizado por volta de 62 d.C, sob o reinado do imperador romano Nero. Ele é mencionado em “Antiguidades Judaicas” de Josefo.

Anás, como é conhecido no Novo Testamento, fundou uma dinastia de sumos sacerdotes judeus e, e também está presente em “Antiguidades Judaicas” de Josefo. Na época de Jesus, porém, ele já havia sido deposto, mas continuou a ser o verdadeiro poder por trás do trono do sumo sacerdote.
De acordo com João 18:13, ele era o sogro de Caifás, o sumo sacerdote que presidiu o falso julgamento de Jesus.

Caifás, o sumo sacerdote, assim como seu sogro, Anás, é mencionado por Josefo em “Antiguidades Judaicas”.

Ananias, que foi o sumo sacerdote judeu na época em que presidiu o julgamento do apóstolo Paulo por volta de 57 d.C. (ver Atos 23:1-10.). Josefo o menciona em “Antiguidades Judaicas” e em “A Guerra dos Judeus”.

Jesus Cristo

Sem muitas surpresas, dada sua centralidade na história cristã e no movimento cristão, Jesus é citado em uma gama ainda mais ampla de fontes além da Bíblia, o que inclui os “Anais” do historiador romano Tácito, “Antiguidades Judaicas” de Josefo, “On the True Doctrine” escrito pelo antigo filósofo grego Celsus e “Passing of Peregrinus”, de Lucian de Samosata.

O Dr. Mykytiuk conclui que:

“O número de figuras confirmadas do Novo Testamento agora consiste em pelo menos sete figuras religiosas (Jesus e as seis acima), mais 23 figuras políticas, somando 30 ao todo. Quando somados às 53 pessoas reais documentadas na Bíblia Hebraica, chegamos a um total de 83 pessoas reais da Bíblia, por enquanto”.

É claro, tal documentação não prova que Jesus realmente ressuscitou dos mortos ou expiou pelos nossos pecados, muito menos que Deus libertou os filhos de Israel da escravidão egípcia ou entregou os 10 mandamentos a Moisés no Monte Sinai.

No entanto, dado o fato de que a maioria das pessoas, tanto na antiguidade quanto hoje, vive e morre sem deixar muito ou nenhum vestígio de sua existência, tais evidências estão longe de ter um grande significado.

Fonte seguras

As evidências encontradas apontam para a historicidade da Bíblia e, pelo menos, oferecem fontes seguras para suas afirmações teológicas.

Em 2 Pedro 1:16 lemos, “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos avimos a sua majestade”.

As reivindicações do evangelho de Jesus Cristo e da Restauração nos últimos dias não são meras reflexões metafísicas.

Elas estão firmemente ancorados na história real do mundo real. O Profeta Jospeh Smith declarou:

“Os princípios fundamentais de nossa religião consistem no testemunho dos apóstolos e profetas de que Jesus Cristo morreu, foi sepultado, ressuscitou no terceiro dia e subiu aos céus; e todas as outras coisas que pertencem à nossa religião são meros complementos dessa verdade”.

Fonte: Meridian Magazine

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