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Mórmon não é o nosso nome. Por que algumas pessoas ainda nos chamam assim?

Esse artigo é uma tradução de “Mórmon isn’t our name. Why are some still using it?”, escrito por Christopher D. Cunningham e publicado originalmente em Public Square Magazine.

Em 1831, um ano após a fundação de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, as pessoas começaram a usar um novo termo para os chamados “Prosélitos da Bíblia de Ouro”: mórmons.

O apelido, é claro, refere-se ao Livro de Mórmon, que os membros da Igreja consideram como escritura, assim como a Bíblia. Durante os primeiros anos da fé, o termo “mórmon” foi usado pejorativamente.

Embora a Igreja tenha passado por períodos em que abraçou o termo “mórmon” (por exemplo, a campanha “Sou mórmon”), em outubro de 2018, Russell M. Nelson, Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias anunciou uma nova ênfase sobre o nome completo da Igreja, incluindo um específico e explícito pedido para parar de usar o termo “mórmon” como um identificador para a fé. O Presidente Nelson fez referência à escritura parte das obras padrões dos santos dos últimos dias, que afirma: “Pois assim será a minha igreja chamada nos últimos dias, sim, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. (D&C 115:4)”

Desde o anúncio do Presidente Nelson, a maioria das mudanças envolveram mudanças institucionais, incluindo retirar “Mórmon” de “Coro do Tabernáculo Mórmon”, mudar mormon.org para vindeacristo.org e encerrar a campanha “Sou mórmon”. Os membros da Igreja, entretanto, começaram a se referir a si mesmos como Santos dos Últimos Dias ou membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

A Igreja também lançou um guia de estilo atualizado solicitando que a mídia dos EUA não use mais os termos “mórmon” ou “SUD”. Em março de 2019, o Guia de Estilo da Associated Press (AP), o padrão para jornalistas de notícias nos EUA, aprovou muitas das mesmas recomendações. Como a imprensa tem feito para seguir o pedido da Igreja e as recomendações da AP?

Juntamente com o Instituto Elizabeth McCune, analisamos a cobertura da Igreja por um período de cinco meses entre 15 de julho de 2019 e 15 de dezembro de 2019, pelos vinte maiores sites de notícias dos Estados Unidos. O que descobrimos foi que os jornalistas que escreveram artigos negativos sobre a Igreja ou seus membros eram mais propensos a usar o termo “mórmon” do que outros termos do guia de estilo.

Metodologia e limitações

Limitamos a nossa análise aos vinte maiores websites do país. Os artigos foram analisados para determinar como eles cumpriram com as recomendações do guia de estilo da Igreja. Categorizamos os artigos nos baseando se eles incluíram ou não conteúdo editorial positivo, negativo ou neutro sobre a Igreja. Nossa análise dependeu inteiramente de conteúdo escrito da internet – excluindo outras maneiras que muitas pessoas recebem notícias hoje (televisão, jornal impresso).

Nós também não buscamos nos meios de comunicação que normalmente falam sobre a Igreja, como o Salt Lake Tribune e o Deseret News, ou vários blogs e outros fóruns. Assim, o estudo não tenta avaliar como os leitores estão vendo o nome da Igreja na web em geral, mas sim como jornalistas e escritores norte-americanos em locais de grande leitura estão escolhendo representar o nome da Igreja.

Usar o nome completo da Igreja

Entre 15 de julho de 2019 e 14 de dezembro de 2019, os vinte maiores sites de notícias nos Estados Unidos publicaram 421 artigos que referenciavam a Igreja. 265 dos artigos focaram uma atenção significativa na Igreja; 156 incluíam apenas menções incidentais (por exemplo, “um roubo ocorreu em frente à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.”).

No geral, 180 dos 421 artigos (43%) aderiram em grande medida às recomendações do guia de estilo da Igreja. No que diz respeito aos artigos que se focavam mais diretamente na igreja, apenas cerca de 94 dos 265 artigos (35%) aderiram às recomendações do guia de estilo. Entre o conjunto completo de artigos, 52 dos artigos referem-se à Igreja no título do artigo. Desses, 5 (10%) referem-se à Igreja de acordo com um dos nomes recomendados pelo guia de estilo da Igreja, 4 (8%) referem-se à “Igreja Mórmon”. Os restantes 43 (83%) utilizaram o termo “mórmon”.

Enquanto alguns jornalistas e meios de comunicação estão usando corretamente o nome recomendado da Igreja, muitos ainda estão usando o termo “mórmon”, particularmente nas manchetes. Por que a norma de uso foi adotada em alguns casos, mas não em outros?

Alguns destes resultados podem envolver diferentes padrões entre as publicações. Também é possível que diferentes escritores variem em seu nível de compreensão sobre o nome da Igreja. Também exploramos outra possibilidade em nossa análise. Entre os 180 artigos que seguiram o guia de estilo recomendado pela Igreja, 10 (6%) incluíram conteúdo editorial negativo. Em comparação, dos 240 artigos que não seguiram o guia de estilo recomendado, 70 (29%) incluíram conteúdo editorial negativo.

Em outras palavras, se você encontrou um artigo na imprensa popular com conteúdo editorial negativo sobre a Igreja entre 15 de julho e 15 de dezembro de 2019, havia uma chance de 86% (69 de 80) de incluir a palavra “mórmon”. Enquanto que se você ler um artigo durante este mesmo período que mencionou a Igreja sem conteúdo editorial negativo, a palavra “mórmon” foi usada apenas 46% do tempo (157 de 341). A partir do conjunto de dados de cinco meses que analisamos, há uma correlação marcada entre o uso do termo mórmon e o conteúdo editorial negativo sobre a Igreja.

Análise de sentimentos no conjunto de dados

Na nossa análise, analisámos também artigos que eram neutros ou positivos. Esses artigos eram muito mais propensos a se referir à Igreja, como recomendado pelo recente guia de estilo. Mais uma vez, por comparação, artigos que sugeriram que a Igreja ou suas ações foram negativas de alguma forma tenderam a usar o termo ‘mórmon’ com mais frequência.

Isso é verdade mesmo comparando artigos semelhantes do mesmo site onde um segue a orientação da Igreja e o outro não. Por exemplo, o LA times publicou um artigo com o perfil de Ronald Spongberg, um franqueado de restaurante de sucesso e também um membro ativo da Igreja.  Junto com seu tom neutro para positivo sobre a Igreja, o artigo usa seu nome completo perto do final do artigo.

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Em comparação, outro artigo do LA Times sobre o filme do diretor Britt Poulton, Them That Follow, fala como Poulson “teve dificuldades” ao crescer na Igreja. Junto com sua discussão negativa sobre a Igreja, este artigo usa a palavra “mórmon” no início do texto. Poulson usa o nome completo da Igreja ao descrever seu passado religioso em outros textos, como em uma entrevista com a “Women in Hollywood”.

A forma como diferentes publicações abordam a mesma história também pode ser esclarecedora. Quando Ed Smart, pai de Elizabeth Smart, assumiu homossexualidade, relatórios dessa história incluíram um editorial negativo sobre a Igreja, como a reportagem da NBC News que usou a palavra “mórmon” com mais frequência, ao mesmo tempo que outras reportagens focaram em outros elementos da história e não incluíram opinião negativa, como a matéria do USA Today – que usou o nome completo da Igreja por diversas vezes.

O período de tempo que analisamos é apenas um fragmento do tempo, e vai exigir mais estudo para examinar como os jornalistas e os meios de comunicação escolhem representar a Igreja por meio de plataformas de mídia e durante um período mais longo de tempo.

Fonte: Public Square Magazine

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