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O que aprendi ao perder meu pai e me tornar pai durante a pandemia

Ter e criar filhos não é uma tarefa fácil. Mas imaginou ser pai de primeira viagem durante uma pandemia, e de gêmeos? Certamente é um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma grande benção!

Dennis Gomes é empresário e mora no Rio de Janeiro. Nascido no convênio, seus pais sempre foram bons exemplos para ele e seus irmãos. Foi selado à sua esposa Jéssica no Templo de Campinas. Também é o pai da Isis e do Eric, que nasceram durante a pandemia. Ele contou um pouco sobre suas experiências para nós nesse período desafiador.

Para Dennis, a parternidade é a “responsabilidade mais importante e sagrada que um homem pode exercer nesta vida, especialmente nestes dias trabalhosos e difíceis que vivemos hoje, onde as crianças e jovens estão carentes de exemplos para se espelharem.”

Ele relata um pouco de como foi a experiência do casal com a chegada de gêmeos.

A gestação foi bem emocionante, ainda mais tratando-se de gêmeos. Os bebês nasceram em maio de 2020, poucos meses depois da pandemia ter sido declarada. Foram meses de muita tensão e cuidado.

Poucas semanas após o nascimento das crianças e nosso retorno pra casa, minha esposa começou apresentar episódios de febre e outros sintomas gripais. A médica então pediu que ela se encaminhasse para o hospital a fim de fazer alguns exames, porém disse que as crianças não poderiam ir junto.

Ficamos sem saber o que fazer, mas como a febre não diminuía uma prima nossa teve coragem de levá-la ao hospital, mesmo com os sintomas típicos de COVID. Fiquei, portanto, sozinho com os bebês recém nascidos. Foram horas de muita oração e súplicas ao Pai Celestial. Ela então me ligou dizendo que havia feito o exame de COVID e que a médica achava ser bem possível o diagnóstico positivo, e que ela deveria isolar-se, inclusive dos bebês.

Ao voltar pra casa, ficou três dias aguardando o resultado do exame em um quarto. Enquanto isso, eu precisei cuidar dos bebês sozinho. Nunca imaginei que isso iria acontecer, e também nunca imaginei que conseguiria fazer isso. Consegui, pois o Pai Celestial e seus anjos estavam ali ao meu lado, me instruindo o que deveria fazer para cuidar deles.

Passados os três dias, o resultado saiu e deu negativo. Um grande alívio para todos nós. Nos abraçamos e choramos como nunca antes.

Ele continua:

Quando planejamos nossos filhos, digo filhos pois fui pai de gêmeos, nunca imaginamos que eles nasceriam em um momento onde até uma simples visita da família na maternidade fosse algo proibido.

Não fazíamos ideia que ficaríamos sozinhos na maternidade com aqueles dois bebês, sem saber muito bem o que fazer, pois eu e minha esposa nunca havíamos trocado uma fralda antes.

Na primeira noite na maternidade, uma certa ansiedade tomou conta do meu coração, pois a cada choro, um sentimento de incapacidade tomava conta de mim, ainda mais porque minha esposa estava operada com dificuldades de levantar e as enfermeiras estavam restringindo a entrada no quarto, devido aos protocolos do COVID, ou seja, eu teria que fazer o trabalho.

O mais incrível disso tudo, foi ver que o Pai Celestial estava naquele quarto comigo. Aprendi que a paternidade é um dom que é concedido aos homens assim que as crianças nascem. Junto à paternidade nos são dadas habilidades que nunca imaginávamos que poderíamos ter.

Sobre os últimos meses e os desafios de perder seu pai durante a pandemia , Dennis disse:

Meu pai foi um grande exemplo pra mim e meus irmãos em diversos aspectos. Ele tinha uma comunicação muito constante com o Pai Celestial. Não me lembro de nenhuma ocasião em que ele saiu de casa para trabalhar, ou fazer qualquer outra coisa, sem que reunisse toda a família para orarmos. A importância da oração frequente é uma marca que ele deixou no meu coração.

Os últimos 15 meses foram de experiências e aprendizados, que acredito que valeram por uma vida inteira. Experimentei a mais doce das sensações que foi a de ver meus filhos nascendo, e logo depois tive a experiência mais amarga que já havia tido, que foi a de ver meu pai muito doente, e depois falecer. Sou grato ao Pai Celestial por, nessas ocasiões, ter estado ao meu lado e de minha família.

Sou grato pelo evangelho que, durante as dificuldades que tive, não me deixou ficar desesperado. Fiquei triste com certeza, mas em nenhum momento desesperado. Este evangelho é verdadeiro. O Pai Celestial é um Pai amoroso que nos ensina a sermos como Ele é através das experiências que temos nesta Terra.

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