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Santo dos últimos dias em uma expedição épica para recriar viagem do Livro de Mórmon

O que faria se descobrisse que Cristóvão Colombo não foi o primeiro a descobrir o novo mundo? E se você soubesse que civilizações antigas, incluindo as do Livro de Mórmon, viajaram primeiro pelo mesmo caminho?

Se você for Boyd Tuttle, significa que você vai embarcar em uma aventura para tentar recriar essa experiência. O editor Santo dos Últimos Dias embarcará em uma viagem nunca antes feita, na qual ele espera refazer o caminho que Muleque fez para chegar na Terra Prometida. Tuttle de 57 anos, de Cottonwood Heights, Utah, fará a viagem com base na sua crença de que Muleque viajou à oeste a bordo de um veleiro de estilo fenício.

Os fenícios eram uma antiga cultura de comércio marítimo, existente por volta de 1200 a 200 a.C. Ocupando a área onde hoje se localiza o Líbano e as partes costeiras da Síria e do norte da Palestina, os fenícios eram considerados como os governantes do mar. Eles eram conhecidos por suas inovações na construção naval e navegação (creditados pela descoberta da Estrela Polar) e pelo comércio de produtos como corante púrpura, vidro, metais e azeite, expandindo sua civilização por todo o Mediterrâneo.

De acordo com o Livro de Mórmon, Muleque era o único filho sobrevivente do rei Zedequias, a quem Tuttle acredita ter passado desapercebido por ser o filho mais novo de Zedequias. Em 589 a.C., quando Jerusalém caiu e Zedequias foi capturado, os babilônios trouxeram todos os seus filhos diante dele e os mataram diante de seus próprios olhos para demonstrar que seu reino tinha terminado. O livro de Tuttle, Seguindo os Passos de Muleque, que será lançado em 2020, irá explorar a ideia de que a comitiva de Muleque viajou para a Terra da Prometida a bordo de um barco à vela de estilo fenício há cerca de 2.000 anos antes de Colombo.

Foto: cortesia de Phillip Beale

Tuttle e seus companheiros viajarão sob a liderança do explorador britânico e ex-membro da Marinha Real Britânica, Philip Beale, em uma réplica do barco de 600 a.C. conhecido como a Fenícia. Enquanto Beale espera provar sua teoria de que a antiga civilização fenícia atracou nas Américas uma ou muitas vezes muito antes dos europeus, Tuttle está em uma missão para explorar a possibilidade de que o grupo de Muleque possa ter navegado sob uma bandeira fenícia.

A Fenícia está programada para partir de Cartago, Tunísia, (um antigo porto marítimo fenício) no dia 18 de setembro para viajar através do Mar Mediterrâneo para as Ilhas Canárias e então para a América. “Dou as boas-vindas ao Sr. Tuttle a bordo, qualquer um disposto a entrar na linha— não é um cruzeiro turístico, com certeza”, diz Beale.

A partir das Canárias, o grupo continuará no Atlântico por meio da Corrente Equatorial Norte, a mesma corrente que levou Cristóvão Colombo em 1492. O maior perigo é se o navio vintage não aguentar a viagem de 6.000 milhas com vento e ondas fortes durante a travessia transatlântica. “O outro perigo são os cargueiros ocasionais que cruzam nosso caminho a 20 nós (aproximadamente 37 km/h)”, diz Beale. Embora ele ainda não tenha certeza de um ponto de atracamento exato, Beale espera que o navio e a tripulação cheguem em algum lugar no Golfo do México até o final de dezembro ou início de janeiro, seis a oito semanas depois de partir das Canárias.

Tuttle diz: “como o grupo de Muleque estava tentando escapar do cerco babilônico, o texto não diz que o Senhor os levou a construir um navio como ele fez com Néfi ou o irmão de Jarede.” Isso leva Tuttle concluir que os mulequitas deve ter tomado a rota mais direta possível para a Terra Prometida, talvez levá-los para o próximo porto fenício, onde o grupo poderia—com dinheiro e influência—comprar um navio fenício rumo ao oeste.

Foto: cortesia de Phillip Beale

Os historiadores dizem que os fenícios eram as únicas pessoas que navegavam no mar aberto naquela época, com dois dos seus maiores portos marítimos localizados nas cidades costeiras mediterrânicas de Sídon e Tiro. O Livro de Ômni fala sobre como os mulequitas foram para a Terra Prometida. Diz que “viajaram pelo deserto e foram guiados pela mão do Senhor, através das grandes águas, à terra onde Mosias os encontrou; e ali viveram desde aquele tempo” (Ômni 1:16). Depois de habitar na terra de Zaraenla por quase 400 anos, os mulequitas foram descobertos pelo povo de Mosias em algum momento entre 279 a.C e 130 a.C.

Os colegas de Tuttle produzirão pelo menos dois documentários que mostram a épica viagem marítima—o primeiro explorará evidências históricas seculares da viagem dos fenícios e o segundo examinará se os antigos hebreus (como os mulequitas) poderiam ter sido os primeiros a viajar para a América viajando com os fenícios.

Tuttle disse que para ele a viagem é crucial para terminar seus estudos. O navio nunca tentará outra travessia do Atlântico.

“Uma coisa é se sentar em uma cadeira confortável atrás de um computador em algum lugar e escrever sobre o que poderia ter sido, mas outra coisa completamente diferente é mexer nos equipamentos antigos e ir para onde os marinheiros foram, navegando em uma embarcação idêntica àquelas que estiveram presentes nessas mesmas águas há 2600 anos atrás, para tirar suas próprias conclusões.”

Fonte: LDS Living

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