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Uma maneira de fracassar em seu desenvolvimento espiritual

O jeito moderno de melhorarmos é estabelecermos metas. A prática é quase universal. Ainda assim, para mim não parece completamente bíblico. Penso em meus três exemplos favoritos sobre poder espiritual nas santas escrituras.

Primeiro exemplo

Alma fez uma confusão. Apesar dos ensinamentos de seu pai, ele tentou destruir a fé e a retidão. “Sim, e que havia assassinado muitos de seus filhos, ou melhor, que os levara à destruição.” (Alma 36:14). Ele não parecia querer mudar – mas seu pai tinha planos para que ele mudasse. Seu pai e o povo oraram por ele (Mosias 27:14). E como resultado, um anjo foi até Alma com uma mensagem muito direta: “Você tem o direito de se destruir, mas não tem o direito de destruir o trabalho de Deus” (parafraseado de Alma 36:14). Essa mensagem atingiu o âmago de Alma.

Como ele respondeu? Ele estabeleceu algumas metas espirituais desafiadoras? Ele prometeu a sim mesmo e para o anjo que seria uma pessoa melhor? Não. Ele se jogou na misericórdia do Redentor: “Ó Jesus, tu que és Filho de Deus, tem misericórdia de mim” (Alma 36:18). E aquilo mudou tudo! Sua miséria se tornou alegria. Seu sofrimento foi transformado em exultação. Aquelas devem ser palavras poderosas!

Não sabemos quais dificuldades Alma passou para que sua transformação acontecesse. Sabemos que a chave para a transformação dele, foi chamar por aquele que nos modifica. “Ó Jesus, tu que és Filho de Deus, tem misericórdia de mim” (Alma 36:18) Talvez também devêssemos usar essas palavras.

a família de Néfi era a minha

(imagem via: mormonsud.org)

Segundo exemplo

Pensamos em Néfi como uma pessoa muito justa e fiel. Porém, em um período de profunda reflexão, ele sentiu uma falha espiritual. “Não obstante, apesar da grande bondade do Senhor, mostrando-me suas grandes e maravilhosas obras, meu coração exclama: Oh! Que homem miserável sou! Sim, meu coração se entristece por causa de minha carne; minha alma se angustia por causa de minhas iniquidades. (2 Néfi 4: 17-19).

Aparentemente, Néfi ficou emocionado com as dores da queda. Como ele mudou sua alma? Uma frase mudou tudo: “Não obstante, sei em quem confiei” (2 Néfi 4:19). Néfi transformou-se de um triste autodesprezo para um júbilo celestial. E tudo dependeu de afastar-se de si mesmo e de suas falhas, para voltar-se para Deus.

Os versículos que se seguiram são cheios de gratidão a Deus:

“Meu Deus tem sido meu apoio; guiou-me através de minhas aflições no deserto e salvou-me das águas do grande abismo.
Encheu-me com seu amor até consumir-me a carne.
Confundiu meus inimigos, fazendo-os tremer diante de mim.
Eis que ele ouviu meu clamor durante o dia e deu-me conhecimento por meio de visões durante a noite.
Durante o dia eu ousadamente lhe dirigi fervorosa oração; sim, elevei a minha voz; e anjos desceram e serviram-me.
E sobre as asas de seu Espírito meu corpo foi arrebatado até montanhas muito altas. E meus olhos contemplaram grandes coisas, sim, demasiadamente grandes para o homem.” (2 Néfi 4:20-25)

Néfi expressa sua opinião muito fortemente. Quando ele mudou seus pensamentos da autocondenação para o rejúbilo celestial, tudo havia mudado. Néfi havia feito vários pontos adicionais, para que não nos considerássemos homens e mulheres feitos por si mesmos.

“Ó Senhor, redimirás minha alma?
Livrar-me-ás das mãos de meus inimigos?
Que as portas do inferno estejam constantemente fechadas diante de mim.
Ó Senhor, não me feches as portas da tua retidão.
Ó Senhor, rodeia-me com o manto da tua retidão!
Ó Senhor, prepara um caminho para a minha fuga diante de meus inimigos!
Endireita a minha vereda diante de mim.
Não ponhas em meu caminho uma pedra de tropeço.
Ó Senhor, confiei em ti e em ti confiarei sempre.
Não porei minha confiança no braço de carne.
Portanto, levantarei a minha voz a ti.
Sim, clamarei a ti, meu Deus, rocha de minha retidão.” (2 Néfi 4:31-35)

A concentração de Néfi é clara. Ele depende do Senhor. De fato, Néfi sabe que depender de Deus é a única maneira de ser transformado.

Terceiro exemplo

O terceiro dentre os meus exemplos favoritos das escrituras é o irmão de Jarede. Ele saiu de uma conversa de 3 horas com o Senhor – que aparentemente incluiu uma repreensão por ter falhado em não buscar a Deus – a entrar em Sua presença sem precedentes.

E pelo espaço de três horas, o Senhor falou com o irmão de Jarede, e o castigou por não ter se lembrado de chamar pelo nome do Senhor. (Éter 2:14)

Pense nisso. O irmão de Jarede não pediu ajuda do Senhor quando precisou. Talvez ele tenha recorrido à sua própria desenvoltura ou à habilidade do povo. Mas ele falhou em invocar o nome do Senhor.

Fazemos isso? Alguma vez endurecemos nossa determinação, estabelecemos nossa determinação e reunimos nossos recursos quando devemos invocar o Senhor?

O irmão de Jarede aprendeu rápido. Em Éter 3, ele aplica o que aprendeu sobre a oração. Acho que entendi as quatro partes de sua oração:

Abordagem:

“Pois sabemos que és santo e habitas nos céus.” (v.2)

“Ó Senhor, que tu tens todo o poder e que podes fazer tudo quanto queiras para o benefício do homem.”” (v.4)

Declaração:

“Ó Senhor, tu disseste que seremos envolvidos pelas águas. Agora ouve, ó Senhor, e não te ires contra teu servo por causa de sua fraqueza diante de ti; pois sabemos que és santo e habitas nos céus e que somos indignos diante de ti; por causa da queda, nossa natureza tornou-se má continuamente.” (v.2)

Choro de misericórdia:

“Ó Senhor, tem piedade de mim e afasta deste teu povo.” (v. 3)

Apelo por ajuda divina:

“Ó Senhor, deste-nos o mandamento de invocar-te, para que de ti recebamos de acordo com nossos desejos.” (v. 2)

“Tens sido misericordioso para conosco.” (v. 3)

“”Eis que, ó Senhor, tu podes fazer isto. Sabemos que és capaz de mostrar grande poder, o qual aparece pequeno ao entendimento do homem.” (v. 5)

Com essa abordagem, os milagres espirituais começaram.

“E quando disse estas palavras, eis que o Senhor se mostrou a ele e disse: Por saberes estas coisas, ficas redimido da queda; portanto, és conduzido de volta a minha presença; portanto, mostro-me a ti.” (Éter 3:13)

É verdade que o irmão de Jarede teve a iniciativa ao desenhar o sistema de luzes para as embarcações. Devemos estar ansiosamente engajados. Podemos até mesmo dizer que temos uma parceria com Deus.

Ainda assim, não é uma parceria igual. Deus nos dá vida, arbítrio, corpos, mentes, oportunidades, e então ele nos toca e coloca poder em nossas ações – se os consagrarmos em nome do Senhor.

Quais são as lições desses três exemplos? Devemos pensar menos sobre nossas falhas e mais sobre as habilidades Dele. Devemos depender menos de nossa ingenuidade e mais da bondade Dele. Devemos nos jogar nos méritos, misericórdia e graça Dele, para ganhar poder espiritual.

Tenho certeza que há muito mais lições e que há muito mais exemplos de poder espiritual nas escrituras. Esses são os que ressoaram em minha alma. Penso que o Senhor está tentando me ensinar princípios fundamentais:

“Portanto, farás tudo o que fizeres em nome do Filho; e arrepender-te-ás e invocarás a Deus em nome do Filho para todo o sempre.” (Moisés 5:8)

Ainda devemos colocar um pé na frente do outro, ao cruzarmos as planícies da mortalidade. Mas se a cada passo, não fizermos do Senhor nosso companheiro, falharemos em nosso desenvolvimento espiritual. Não chegaremos a Sião.

Devemos chamar por Ele em tempos de desânimo. Devemos chamar por Ele para sobrepujar nossas fraquezas. Devemos chamar por Ele para mudar nossos corações e preencher nossas almas.

“Ó Jesus, tu que és Filho de Deus, tem misericórdia de mim”

Fonte: Meridian Magazine

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